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sábado, 26 de janeiro de 2008

Projeto Cidades do Futuro 4 - novas formas de produzir a cidade

A ALTERAÇÃO DAS RELAÇÕES INDIVIDUAIS E COMUNITÁRIAS NOS PADRÕES PÓS-INDUSTRIAIS REQUER OBRIGATORIAMENTE NOVOS ESPAÇOS URBANOS

Terminamos o último texto afirmando que o produto final “cidade” é basicamente o resultado das formas de acesso às estruturas produtivas de um centro urbano. Antes, tínhamos dito que as condições de acesso à produção alteraram-se profundamente na civilização (vista como conjunto da diversidade de culturas), por causa de um projeto ocidental iniciado pela Revolução Francesa, e este seria o combate à fome e a universalização do ensino, relativos às novas massas populacionais da sociedade industrial. O processo histórico na verdade tem contexto mais amplo, e tem raízes na Revolução Liberal inglesa, no Iluminismo e na Independência Americana, acompanhada de todas as conseqüências históricas que tivemos nos últimos 200 anos, aproximadamente. O ponto de chegada de todos esses processos, entretanto, é o mesmo, e aí se incluem desde a Comuna de Paris, a Revolução Russa, as duas Guerras Mundiais, a Guerra Fria e tantas outras coisas, até o nascimento da sociedade tecnológica e pós-industrial. E esta não sabemos bem ainda como será. A tese defendida nestas proposições é que a Revolução Urbana - se é que podemos chamá-la assim, é um dos alicerces principais de uma nova era pós-industrial, em quase tudo distinta da fase histórica anterior.

Dissemos também que essa nova etapa da existência humana precisará ser construída de forma especial, “reconstruindo” a cultura anterior em vez de conviver com ela, como tinha sido feito até agora, e que o lugar de construção é o espaço urbano, mas novos espaços urbanos, totalmente novos, nascidos do zero, pois as relações culturais e sociais seriam totalmente incompatíveis com os níveis produtivos anteriores à Revolução Tecnológica, se podemos chamar assim a esse período de transição de algumas décadas, desde a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, talvez. Com o fim da Guerra Fria, experimentamos certa “desideologização” dos conflitos urbanos, e pudemos vê-los, por uns momentos, como questões técnicas, culturais e produtivas, em vez de doutrinárias. Hoje já existem algumas tensões ideológicas entre o neoliberalismo, o neoconservadorismo, o velho trabalhismo e algumas alternativas que se imaginam, mas não se as põem em prática, porque não há espaço para elas! Veja-se a importância dos novos espaços.

As Cidades do Futuro não são uma idéia jogada, um delírio ou digressão, mas uma necessidade fundamental das culturas, de reorganizarem suas relações internas, de materializarem o conjunto enorme de conhecimento acumulado, esperando para ser aplicado sem poder, pois ele também não cabe nas cidades atuais, a não ser em pequenas amostras, sem se realizarem plenamente, porque isto causaria um choque com as estruturas estabelecidas. Mas quais são essas novas relações de produção, que demandam planos urbanos radicalmente inovadores? Aí sim, como já foi adiantado, entra o fator tecnológico, aliado à educação da maioria da população. As formas de trabalho, as relações trabalhistas, a organização do sistema produtivo segundo funções e tarefas, o instrumental disponível, as formas de comunicação, os tempos de execução, as condições de operação nos mercados, os padrões de rendimento, produtividade e responsabilidade, tudo isso se altera, desde que a cidade toda funcione de forma diferente. Nessa cidade não deve haver mais favelas, pois esta é uma forma totalmente inconciliável com o conhecimento. As bases urbanas e a forma como estão integradas, como são conduzidas politicamente, nos estados e no país, a evolução das formas de gestão do espaço rural, tudo isso inibe de forma decisiva os bolsões de fome, pobreza e miséria. Além disso, o preparo dos cidadãos comuns, treinados naturalmente para exercer várias atividades, por causa da qualidade da educação e dos meios disponíveis por novas tecnologias, somente esses primeiros fatores, já alteram total e profundamente o mundo como o conhecemos. Mas não é só isso, porque senão bastaria copiar os modelos de países mais adiantados, como a Suécia, a Noruega, a França, e estaria tudo resolvido. O avanço das relações de produção pós-industriais são mais abrangentes que essa polarização centro-periferia havida na primeira fase da globalização.


Projeto Cidades do Futuro, 4

Um comentário:

jornalaico disse...

A cidade do futuro deve substituir meios e equipamentos individuais por coletivos. Deve priorizar espaços públicos e favorecer as novas relações que se formam: novas famílias, novos trabalhos, novos grupos.

 RECADOS     

PARA OS AMIGOS, ANJOS DA GUARDA E LEITORES DO BLOG: 

21/10/08, 18:18 - AINDA PREPARANDO O CAPÍTULO 3 DE HISTÓRIA DA FALA

                        - RELENDO  Bakhtin, e as "NOVAS CONFERÊNCIAS INTRODUTÓRIAS", de Sigmund Freud

                        - PRIMEIRO ARTIGO DA SÉRIE SOBRE SEXUALIDADE FOI PUBLICADO !

                        - PREPARANDO 2º ARTIGO SOBRE SEXUALIDADE: 

A ESTÉTICA DA NOVA PORNOGRAFIA (texto não restritivo) - A questão estética da pornografia é uma "não-estética", uma anti-estética, mas há um projeto para isso, e uma função ideológica implícita, quer dizer, romper com a estética faz parte de um conjunto complexo de relações sociais.