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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O bloqueio a Cuba e o americanismo na Guerra Fria

ALON FEUERWERKER ANALISA O NOVO CENÁRIO DAS AMÉRICAS PARA A DIPLOMACIA BRASILEIRA

O anacronismo da rejeição à Cuba e do alinhamento automático aos EUA

O post "De volta ao americanismo", 16.01, no Blog do Alon, procura mostrar o erro de se construir qualquer proposta política interna no Brasil usando-se dispositivos de um contexto do século passado, que já está mais do que ultrapassado. Nem mesmo os americanos adotam mais esse procedimento em relação à Cuba (embora não haja ainda condições formais para o fim do bloqueio), ou em relação à aproximação entre os demais países latino-americanos, fora do guarda-chuva de Washington. Nas circunstâncias presentes, é o oposto. Interessa a Washington que as democracias do continente se fortaleçam e se integrem à economia globalizada.

Para entender isso, é preciso recuperar um pouco a história. Na Guerra Fria, havia uma enorme desconfiança de que Moscou tentaria implantar e apoiar regimes comunistas nas Américas. Isto no plano político e diplomático. Nas áreas de inteligência, onde o conflito rasgava, a guerra era declarada mesmo. Os americanos eram totalmente intolerantes com qualquer ameaça comunista, especialmente depois que Castro expulsou Batista e seus aliados americanos de Cuba, e a União Soviética instalou na ilha mísseis nucleares capazes de realizarem um ataque fulminante a várias regiões americanas, incluindo a Capital. Além disso, havia no mundo intensas batalhas doutrinárias entre os comunistas e os capitalistas, que frequentemente chegavam às vias de fato (ex: Coréia, Cuba e Vietnan), ou acabavam gerando regimes fortes e ditatoriais, como foi o caso da A.L.

Foi nessa época que começou o bloqueio à Cuba, diante da iminência de um ataque soviético aos EUA, e de imediata retaliação, ou seja, por questão de horas o mundo não acabou, mas esta é outra história, de um conflito bem maior. O caso é que atualmente não existe essa insegurança dos EUA, diante do estreitamento de laços internos no continente. O peso dos países mudou, e hoje o Brasil, por exemplo, pode desempenhar papéis de mediação e de apoio de forma muito mais adequada do que os americanos fariam. Vide o Haiti. Permanecem as disputas comerciais, obviamente, as polarizações de várias naturezas, como é o caso de Chavez, mas não existe de fato um desejo majoritário ou potencial de qualquer uma dessas populações tornarem-se comunistas, aliadas de uma superpotência também comunista e hostil aos EUA. Isto acabou nos desfechos históricos, e esta é parte da questão levantada pelo Alon.

O artigo, que alerta para o anacronismo do alinhamento automático a Washington, vai mais longe, ao lembrar que em outras épocas, mesmo quando governavam os militares, Sarney ou FHC, a diplomacia brasileira adotava linha semelhante à do governo atual, nesses casos. Esta é uma longa tradição, que vem desde o Barão do Rio Branco. As posições brasileiras sempre foram moderadas e mediadoras, a não ser em casos extremos, como na 2a. Guerra Mundial.

No presente, interessa aos americanos a atuação brasileira e outras com a mesma orientação articuladora, pois elas dão estabilidade ao continente e ajudam a melhorar o ambiente de negócios para todos. O projeto americano era inicialmente a ALCA, mas já foi reposto por várias alternativas, entre elas os acordos bi-laterais. É assim que caminha a ordem mundial. As potências estabelecem as regras, até que os países sob sua influência possam romper esses laços, e muitas vezes isso acontece sem maiores traumas. É o que tem ocorrido até agora, no novo quadro em formação no continente americano.

Se alguém no Brasil quiser voltar àqueles tempos "de antigamente", vai ficar fora do jogo, já de saída.

post 16.01, coment. 2 - Alon

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