Ou o Brasil não será mais Brasil
MATÉRIA DE 3 BLOGS: ALON, JOSIAS E NOBLAT
Esta pode ser uma das grandes contribuições iniciais da blogosfera ao país: reunir a avaliação dos blogs e as iniciativas do Projeto Brasil, e também as bases do Projeto Cidades do Futuro, criado aqui neste blog.
Esta é uma matéria crítica para o governo? Sim, mas que se dê o desconto de que nenhum governo anterior avançou mais a ação sustentável que o atual. Porém, ainda insuficiente! A ação do Estado brasileiro desde sempre se confunde com ação de governo. Seria difícil precisar o número de Ministros que estariam diretamente envolvidos no correto equacionamento da ocupação e preservação do território amazônico, ou no gerenciamento oficial do governo das imensas riquezas dessa região. Da mesma forma, deve-se determinar qual seria o grau de responsabilidade direta do presidente Lula e de seu Gabinete (o núcleo de assessores mais diretos), para que as pressões sejam bem dosadas e direcionadas.
Josias critica as medidas em si. Algumas são boas (as "velhas"), outras não são (as novas), querendo dizer com isso, que já deu tempo mais do que necessário para o governo federal não errar nas medidas adotadas, nem por linha equivocada, nem por imprecisão dos focos. Traduz-se um sentido de administração insuficiente da Amazônia, no mínimo. De fato, pensar que apenas a ministra Marina, apesar de se enorme prestígio mundial, poderia cuidar de tantos problemas, e tão imensos, seria uma concepção temerária. Josias está cobrando mais governo, mais ações e mais acerto. O governo não aplicou um grande projeto amazônico, não sustenta uma programação sistemática de gerenciamento das atividades regionais e de seus problemas.
Noblat critica de modo geral a atitude de urgência, procurando remediar as distorções causadas pela administração incorreta da Amazônia e o atraso das políticas específicas. O Brasil não pode mais correr atrás de prejuízos causados pela atividade predadora de larga escala e pela devastação. Também não pode silenciar diante das pressões econômicas, sociais e políticas que se descarregam hoje sobre o território amazônico.
Está corretíssima a postura defendida pelo Blog do Alon. A gestão viável dessa região reside na formulação de uma rede de pequenos projetos, depois integrados a uma rede de todas o conjunto de iniciativas. A Floresta Amazônica não ficará imaculada, não existe a menor chance, mas é possível criar estruturas de relação ambiental bem dimensionadas, de altíssimo nível de conhecimento, efetivamente gerenciadora da atividade humana nas áreas de fronteira e de transição da Floresta. Existe um sem número de medidas que devem ser tomadas, capazes de alterarem o perfil da presença humana e o destino até agora sombrio desse ecossistema único no planeta.
Qual poderia ser a contribuição do Projeto Cidades do Futuro? O avanço das bases de discussão em busca de alternativas para essa ocupação sustentável, desenvolvendo novas propostas arquitetônicas e novas concepções de geografia humana, às quais toda a sociedade deverá se ajustar, pelos menos nessas áreas de risco ambiental, quer dizer, todo o meio ambiente está em risco.
Alon destaca que a questão amazônica não é o problema, mas a solução. O equacionamento correto resolveria questões como a pressão urbana nas metrópoles, a reforma agrária e as situações de fome e pobreza em outras regiões do país, sem contar que a experiência bem sucedida na Amazônia poderá ser aplicada em outras áreas de risco social ou ambiental.
Posts de 24.01, coment. Josias 3 , Noblat 4 , Alon 3
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