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quinta-feira, 6 de março de 2008

A Teoria Geral das Forças Produtivas 11 – Os espectros de energia e a simulação civilizatória

FOTOS ORIGINAIS DA MISSÃO APOLLO 13 - NASA

" Houston, we have a problem "

Essa é a terceira frase mais famosa da História Espacial, depois da de Yuri Gagarin, "A Terra é azul", e de Neil Armstrong, "Este é um pequeno passo para o homem, mas um passo gigantesco para a humanidade".

O comandante da Apollo 13, Jim Lovell, anunciava, sem saber ainda, que tinha explodido um tanque de oxigênio no Módulo de Serviço da Apollo 13, transformando a missão lunar em uma história dramática, em que cada movimento de mão, cada respiração dos astronautas precisou ser calculado e monitorado, para que pudessem voltar vivos à Terra. Várias equipes de cientistas da Nasa tiveram de operar o retorno da nave a cada momento, junto com os astronautas a bordo, e um quarto astronauta ficou dentro de uma cápsula idêntica, em terra, simulando as soluções que eram propostas.


A simulação civilizatória pela análise dos espectros de energia


Novas informações sistêmicas sobre a aplicação de modelos produtivos surgirão nos próximos anos, e deverão acompanhar a automatização e a informatização crescente nas culturas. Uma das formas administrativas a serem colocadas em uso serão os softwares de simulação dos contextos produtivos. Será possível efetuar cálculos bastante complexos dos efeitos de determinadas ações, decisões e políticas, nas esferas públicas e privadas em todos os níveis. Será possível acompanhar detalhadamente o quadro de atividades sociais e as diversas conjunturas, saber com bastante antecedência que medidas tomar em diversas situações, e isto pode ser aplicado aos vários aspectos da geografia humana e da divisão do trabalho, assim como subsidiar decisões importantes na gestão dos governos, das empresas, das famílias, dos indivíduos e das várias instituições existentes. Saber em que área investir, quais profissões estarão com falta ou excesso de quadros preparados, quais são as tendências do mercado em todos os setores, que medidas gerenciais são mais adequadas, etc., levando-se em conta uma quantidade de dados muito maior do que nas análises similares atuais, pois estes novos sistemas serão bem mais compreensivos e sensíveis, aproveitando praticamente todas séries qualitativas de informações da realidade objetiva ou na simulação.


A TGFP teve como proposição inicial a sistematização discursiva nos modelos produtivos, estudando os aspectos da circulação dialógica na produção e a composição dialógica dos objetos de produção. Agora damos um segundo passo, que já foi brevemente referido, quando se disse que desde as atividades mais triviais do dia-a-dia dos cidadãos, desde o espaço mais interno da privacidade de cada um e já no espaço doméstico, todos os elementos dessas ambientes passariam a ter relevância produtiva direta e imediata, partindo já dos diálogos cotidianos, e é esse o tema central deste artigo, que está vinculado aos simuladores do parágrafo anterior: o espectro de energia do ambiente produtivo.


Antes de formular uma proposta em que a vida dos cidadãos seja totalmente controlada, e eles se tornem “cobaias” de sistemas eletrônicos de vigilância coletiva, ou surja algum sistema totalitário entorpecedor dos sentidos humanos, e para que se contorne também qualquer idéia apressada sobre o excesso de manipulação ou a invasão dos espaços da vida privada, fronteiras que precisam ser sem dúvida demarcadas pelo jogo democrático, pela lei, criando novas salvaguardas constitucionais, o que se está dizendo é que será inevitável o avanço do estudo sistemático sobre todo o quadro de atividades dos cidadãos, no decorrer de um dia, semana, mês, ano ou outro período escolhido. Estamos aqui apenas propondo as formas desse estudo, inclusive para que sejam facilitados os métodos legais de controle dessa atividade, que em parte já acontece, nos estudos do gerenciamento de produtos, nos institutos de pesquisa, nas análises estatísticas de vários aspectos técnicos e comportamentais de um ciclo produtivo. O que se propõe aqui é que todo esse estudo seja consolidado também sob a perspectiva da pesquisa das formas de dispêndio geral de energia na sociedade.


Se alguém toma um banho, há o “gasto” de vários recursos: a água, o sabonete, a energia elétrica, a energia corporal, eventualmente a luz acesa e qualquer outro fator que interfira nesse processo. Este é o fator individual, que pode ser projetado para uma cidade como São Paulo. Em São Paulo podem-se estimar pelo menos 10 milhões de banhos por dia, apenas para ilustrar o caso. Dez milhões de banhos excercem certa influência no ambiente produtivo. Se é lícito intervir ou educar o ato de tomar banho de alguém, isto é outro assunto, o que se diz é que esse fator produtivo pode ser estudado e projetado em simulações civilizatórias, e isto passará a ser feito com o avanço cultural. Ficou mais claro? Não estão em jogo apenas os fatores “exteriores” da comunidade, como o gasto de água e energia, mas está em jogo também a tabela de resultantes produtivas desses 10 milhões de banhos. O tempo total deles, o impacto que tiveram na vida dessas pessoas, os efeitos produtivos, os gastos havidos, o índice de utilização dos recursos naturais “água tratada para banhos” e “energia para aquecimento da água”. Além disso, há variantes, formas de aquecimento, banheiros públicos, vestiários, tipos de chuveiro, duchas, saunas, banheiras, etc., e todas essas informaçòes passarão a ser conhecidas e serão projetadas em novos simuladores, para testar, por exemplo, “impactos das mudanças de hábitos de banho”, na cidade de São Paulo.


Seguindo essa rota, é perceptível que a mesma coisa poderia ser feita com os hábitos de “café da manhã” da população, e com as “formas de deslocamento para o trabalho”, cruzando esse dado com “pessoas que trabalham em casa”. E se formariam quadros do tempo que levam nesse deslocamento, o número de pessoas por faixas de tempo e os fatores envolvidos nesse deslocamento. Da mesma forma, se constrói o quadro da “domesticação” do trabalho, para que vários quadros comparativos e tendências sejam traçadas entre essas duas situações. E saber se os cidadãos vão a pé, ou quais veículos são usados, cruzando esses dados com as condições de trânsito e a rede viária da cidade, fazendo projeções das necessidades para novos investimentos na área de tranportes, por exemplo. Mas também analisando o espectro de dispêndio de energia que será formado depois, nos “totais gerais” dessa comunidade, para que se constituam novos indicadores de sustentabilidade, efetividade e produtividade, também “por exemplo”. Outros quadros comparativos ou constitutivos podem ser montados entre os campos de atividade, analisando-se as relações e interações das atividades profissionais, familiares e as de outra natureza, como o lazer, o repouso, o estudo, etc. A diferença para os modelos atuais é que os dados contam para várias faces de observação, já que as áreas são interdisciplinares, e depois deve haver uma confrontação de valores entre essas várias faces, para se dar a essa simulação (projeção ou cálculo) níveis bastante aceitáveis de desvio e de correções necessárias na aplicação real. Assim, se muito tempo está sendo gasto em lazer, em determinada faixa etária de certo grupo social, que pode ser reunido pelos critérios mais diversos, esse “tempo” pode ser um fator positivo ou negativo sob determinada perspectiva, insuficiente ou excessivo, e ainda pode apresentar um contexto de relações culturais adequadas ou não, e tudo isso precisa (pode) ser analisado. E no fim pode ser aumentado, diminuído ou reprogramado para outras áreas e modos de lazer, quer dizer, pode ser demonstrado e proposto para a população.


No final haverá uma noção razoável dos vários aspectos de dispêndio de energia de uma cultura, sem esquecer que os modos “tradicionais” de consumo de recursos naturais não estão excluídos, como as áreas agricultáveis, os recursos minerais (energia potencial) e as várias redes de serviço coletivo instaladas. Para se ter uma idéia do nível de generalização ou de especialização a que essas simulações podem chegar, todos devem se lembrar da “aventura” dos astronautas da Apollo 13, quando as equipes da Nasa em terra testavam todas as formas de simulação de gasto de energia possíveis, para garantir o oxigênio suficiente para o retorno da nave, mais a filtragem do dióxido de carbono da respiração dos próprios astronautas, a energia suficiente apenas para ligar de modo precário os sistemas da nave, o computador de bordo e os motores, e apenas em poucos momentos decisivos, refazendo todos os cálculos, até conseguirem trazer a nave de volta, com os tripulantes a salvo. É mais ou menos isso, observadas as diferenças e semelhanças de hipotéticas situações.


O que evitaria a TGFP de ser apenas uma forma tecnológica "neo-taylorista" é a contribuição do diálogo, a interdisciplinaridade e a aplicação dos sistemas de gestão pelo conhecimento, o que dá a este referencial teórico dimensões "em rede" muito mais complexas que a linearidade da produção, e além disso dá voz ativa e colaborativa aos vários agentes produtivos. Aliás, somente nesse ambiente produtivo os simuladores teriam eficácia e seriam efetivos na organização de culturas avançadíssimas de produção.


Teoria Geral das Forças Produtivas 11

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