BLOG DE CIDADANIA - comentários sobre os principais blogs nacionais, pequenas análises e crônicas: Ciência, Cultura, Sociedade, Política, Economia, Religião e História. Divulgação Científica.


Citação de Bakhtin::

A VIDA COMEÇA QUANDO UMA FALA ENCONTRA A OUTRA

 

BLOG 

O LINK DOS BLOGS E PAGINAS MAIS CITADAS ESTÃO NA COLUNA AO LADO

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O Fenômeno da "blogalização"

UM DIÁLOGO RIQUÍSSIMO, VIVIFICADO E QUALIFICADO

Existem alguns motivos para que os blogs estejam fazendo tanto sucesso nas formas atuais de comunicação entre as pessoas. Esse assunto exigiria um espaço bem maior, mas vamos indicar bem rapidamente apenas algumas dessas características mais sedutoras dos blogs:


1. Ele é uma forma de comunicação interpessoal muito rápida e simples, através da Internet;

2. Ele aproxima produtores culturais, artistas, jornalistas, políticos, empresários e cidadãos de diversos segmentos - os blogueiros (mediadores) - do contato direto com o público, tendo este uma heterogeneidade infinita, podendo ser também um canal de expressão de pessoas conhecidas, no anonimato relativo (nicks);

3. A "blogosfera", alia à incrível versatilidade de contatos, diálogos, temas e textos um poder crescente de influência na sociedade;

4. Sob a aparente simplicidade superficial, existe uma enorme complexidade no formato dos blogs, talvez a maior de todas na história da comunicação humana, pois a vivacidade dos diálogos é feita por textos escritos e mediados;

5. O mecanismo de diálogo é altamente produtivo, com seus posts e comentários, que admitem concordâncias, discordâncias, apoios, repúdios, complementações, encaminhamentos para níveis formalizados, convites, sugestões, lembretes, denúncias, e suas réplicas, tréplicas e reproduções diversas, entre tantos outros laços e efeitos comunicativos-discursivos;

6. o tempo relativamente diferido das publicações permite a elaboração dos posts e comentários, e a figura do mediador dá um filtro qualitativo à informalidade e coloquialidade dos blogs;

7. O blog se apropriou de valores básicos da comunicação: ele é a expressão forte da cultura de seu tempo, é uma novidade em si, concentra alto valor informativo nos seus textos e estabelece graus efetivos de participação da cidadania na vida social;

8. A linguagem dos blogs permite um gerenciamento quase perfeito do distanciamento dos interlocutores, e este talvez seja o grande segredo do sucesso dos blogs, mais do que e-mails e chats. O seu limiar de interatividade pode ser muito bem administrado e regulado por qualquer um, dosado de acordo com vários comportamentos que se formam em torno da circulação discursiva dos blogs: é possível encurtar ou aumentar as distâncias, interagir ou apenas observar com grande facilidade, sem estar sujeito aos excessos de outros participantes;

9. Os blogs reúnem uma diversidade de assuntos, de comentaristas e de leitores inigualável, abrindo um arco de todas as idades, situação social ou profissional, muitas vezes discutindo o mesmo assunto, dando a este um grau de heterogeneidade inédito nas formas públicas de comunicação;

10. Os blogs transpiram a agitação das ruas e o silêncio dos gabinetes, o fervilhar ou a solidão das residências, sintetizando e catalisando todas as formas de diálogo social, sempre modulados de acordo com os sistemas e protocolos dos blogs;

11. As páginas dos blogs apresentam uma variação dialógica riquíssima, de diversidade incomparável. Sua linguagem é simultaneamente escrita e coloquial, espontânea e formal, sincera e astuta, legítima e imprópria, especializada, diletante ou insipiente, engajada, curiosa ou indiferente, apenas para citar algumas das variações deste espectro discursivo. Por isso mesmo se expande rapidamente pelo mundo.



Não tenha dúvidas, blogalize-se!


Pequenas Crônicas 3

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A história dos blogs avança - o Ministro das Cidades envia um post ao Blog do Nassif

Patrus Ananias fala sobre desenvolvimento social

Primeiro, em nome da blogosfera, junto-me àqueles que parabenizam a atitude do ministro, de entrar em contato direto com um blog e, portanto, reconhecer o fenômeno da "blogalização". O próximo será o Lula? Ele ainda resiste, segundo seus assessores. Seria um acontecimento, por que não, presidente Lula? Em seguida, manifesto meu apoio aos argumentos sócio-econômicos apresentados, e também às formas iniciais de combate à cultura da pobreza. Depois, apresento o seguinte questionamento:

Se pensarmos geograficamente, em termos da Geografia do Brasil, Geografia Econômica, Geografia do Trabalho, Geografia Humana ou Geopolítica, em que locais essa população mais necessitada poderia ser melhor atendida, pelos processos públicos e também os privados, de inclusão social e progressão social?

Essa pergunta não é exatamente para saber se existem respostas prontas e objetivas, mas sim para que o ministro verifique se já se fez essa mesmo questionamento, em suas propostas de trabalho. Porque acho imprescindível poder localizar os lugares exatos, e estabelecer os movimentos adequados, para que esse processo de desenvolvimento social se intesifique. Mas, para isso, é preciso também criar um projeto de novas estruturas produtivas, adequadas à continuidade do plano de resgate e progressão social.

Quais seriam as regiões e localidades mais adequadas neste momento, e o que poderia ser feito?

Post de 28.01, coment. 08 - Nassif

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Cidades do Futuro 6 - O mapa do Tesouro


Foto da Amazônia (NASA)

A RESSIGNIFICAÇÃO CULTURAL


No antepenúltimo "capítulo" deixamos no ar uma pergunta, sobre qual seria o instrumento faltante, o ganho teórico que seria a chave para o futuro da humanidade. Na verdade não é apenas o advento de um único sistema teórico que poderia realizar a proeza de nos levar ao futuro, mas uma série de processos simultâneos e integrados, sem deixar de seguir paralelamente linhas próprias de desenvolvimento, e que nos levariam a um nível teórico geral mais avançado, em todos os campos da investigação científica. Assim, existe uma correlação íntima entre o mapeamento do DNA humano, as formas de organização das equipes de pesquisa que realizaram esse feito, a tecnologia que usaram, os meios de comunicação de que se valeram e o grau de conhecimento discursivo em que se habilitaram, entre diversos fatores. A tudo isso, entretanto, como se fosse uma grande orquestra tocando uma sinfonia magistral, correpondem alguns aspectos produtivos fundamentais:


1. A interdisciplinaridade;
2. O domínio da polifonia discursiva;
3. O conhecimento sistemático da fala;
4. A geração de redes complexas de interação;
5. O salto tecnológico;
6. A compreensão dialógica do sistema produtivo;
7. O fenômeno da ressignificação.


Os itens 3, 6 e 7 estão sendo desenvolvidos no link ao lado, de História da Fala, estudo este associado ao Projeto Cidades do Futuro, e a mais um outro: a Teoria Geral das Forças Produtivas. Como as universidades e pesquisadores do mundo inteiro podem ver, novos campos muito férteis estão se desdobrando a partir deste pequeno blog, e sem desmatamento. Em breve pretendo traduzi-los para outras línguas e divulgá-los para a comunidade internacional. Mas se querem o Brasil como pólo desses estudos, que então me proponham formas de sediar esses projetos e formar equipes de pesquisa. Senão irá tudo para os simpáticos gringos, que adoram cientistas brasileiros. Nós, pelo jeito, não gostamos muito dos nossos "cérebros" mais preparados.

A ressignificação é uma perspectiva dialógica de um fenômeno que ocorre muito raramente, em décadas, séculos ou milênios, e que transforma toda a percepção do universo, "muda tudo" na compreensão que se tem da vida humana ou outra, de suas formas, e isto altera completamente os contextos em que tudo e todos estão inseridos. Vem novamente da concepção einsteiniana-bakhtiniana do "cronotopo", no estudo discursivo a expressão da continuidade espaço-temporal proposta pela Teoria da Reltavidade, ela mesma! Foi do texto de Einstein que Bakhtin tirou uma de suas idéias revolucionárias sobre os processos da linguagem, especificamente, o estudo da fala, ou dialogia, ou dialogismo. Mas percebam que dialogia não é uma elaboração que diz respeito apenas à palavra raiz, o "diálogo".

Bakhtin depois amplia bastante essa noção, mostrando que o dialógico é o desdobramento da lógica "monológica", e esta observação "dialógica" implica várias mudanças de percepção da realidade. Nessas categorias ele sistematiza valores como a alteridade dialógica, o caráter inacabado da subjetividade e da própria linguagem, a ubiquidade da palavra, o caráter fundador do ser pela enunciação (pela interação verbal), o valor "vivo" da "significação", em vez do simples "significado" (expresso nos dicionários, por exemplo), o caráter único de cada situação dialógica, a polifonia e o discurso interior, e segue adiante... Sem esse conhecimento formal do processo "interno" do diálogo, não teria sido possível desenvolver a interdisciplinaridade tão profundamente quanto está hoje. E vários outros impactos, como enumerados acima. A maior ressignificação foi o surgimento das culturas faladas, a própria humanização do "bicho" homem, com o "aparecimento" da fala. O corpo deixou de ser o corpo puro e simples, objeto da natureza, para ser um corpo "ressignificado" pela consciência humana, isto é, compreendido por ela, elaborado por sua experiência cultural, através do processo discursivo. Deixou de ser um dado a mais do cenário natural, para ser objeto da fala de alguém, de um sujeito constituído no espaço comunitário, fundamentalmente pelo sistema lingüístico dessa comunidade (de falantes). Foi aí que nasceu o "ser humano", e esta foi uma ressignificação, através da inteligência de seres falantes, que, em última análise, é uma forma de trabalho, de produção e transformação do mundo.

O post já está muito grande. Depois continuo, com a Teoria Geral das Forças Produtivas e seu corolário, as redes complexas de interação.



Projeto Cidades do Futuro 6

domingo, 27 de janeiro de 2008

Cidades do Futuro 5 – As relações pessoais serão a dinâmica formadora dos novos sistemas urbanos


AS FORMAS, PRODUTOS DO E RELAÇÕES DE TRABALHO NA ECONOMIA GLOBALIZADA E DE ALTA TECNOLOGIA SÃO A BASE DE UM MUNDO COMPLETAMENTE NOVO


Quando se analisa a arquitetura atual das cidades o que se vê é a falta de um projeto urbano. Há na verdade um caos parcial, interrompido pela ordem das construções, mas não há um domínio completo do espaço, nem um sistema aplicado. O sistema urbano está muito pouco desenvolvido e há poucos estudiosos dedicados a estudá-lo em iniciativas multidisciplinares e interdisciplinares. Há fundamentalmente uma pólis, isto é, o espaço urbano como exercício do poder, e este se associa obviamente às formas de organização econômica, mas não há um trabalho específico adequado, voltado para a cidade. Esta é mais explorada que construída. O paradoxo disso é que uma cidade erguida, instalada e integrada com mais harmonia seria muito mais produtiva do que planos totalmente submetidos à visão rudimentar da pólis e da concentração de capitais, sem um sistema mais desenvolvido de circulação de riquezas, o que seria possível mesmo com toda a heterogeneidade da economia de mercado.

Nas cidades menores os conflitos urbanos potenciais são dispersos e pouco visíveis, a não ser talvez por uma falta de dinâmicas urbanas, mas em uma metrópole como São Paulo, talvez entre as 10 cidades mais poderosas e influentes do mundo, ou por aí, os conflitos já são sufocantes e qualquer recuperação parece impossível, como se fosse a capital paulista uma máquina incontrolável. Não é tanto assim, o que falta é o conhecimento sistêmico desenvolvido e aplicado, gerenciando todas as pressões urbanas. Mas o princípio em muitos casos continua o mesmo, em relação à construção de espaços futuros: tudo teria de ser reincorporado a um projeto totalmente novo, e muitas edificações e formas urbanas passariam a não ter mais viabilidade. No decorrer das décadas e séculos, a reconstrução de São Paulo exigiria o redesenho completo da cidade, a demolição de diversas áreas e a reconstrução praticamente total. Os planos urbanos, entretanto, estes teriam de recomeçar do zero.

Problemas básicos com a qualidade das moradias, as melhorias urbanas, a qualidade de instalação, as formas de ocupação dos terrenos, o sistema viário, as formas de transporte, todo esse quadro está atado a determinados valores urbanos que estão na verdade em crise permanente, e em desequilíbrio, produzindo inúmeras distorções e degradações em todos os campos. A isso se somas os projetos de captação, tratamento, uso e devolução da água ao meio ambiente, misturando cursos d’água naturais com os sistemas hídricos das cidades, transformando rios belíssimos em puro esgoto, poluindo e devastando sem qualquer reflexão, a não ser quando os níveis de agressão ambiental ficam insuportáveis e prejudicam o conforto e o bem-estar.

Tudo isso entretanto, diz respeito aos impactos e efeitos das projeções urbanas. Sustentamos que o cerne urbano, nesta era pós-industrial mais do que em outras, está nas formas de relação interpessoal objetivadas pelas necessidades de produção. A cidade hoje em dia é basicamente o gerenciamento das pessoas, pois a geografia do trabalho mudou radicalmente, e passaremos a viver num mundo tecnológico e globalizado, com coeficientes cada vez maiores de absorção do velho e reprodução do novo, quer dizer, o perfil de mudanças tende a se acelerar nas próximas décadas e talvez nos próximos 200 anos, considerando-se que esse estudo recuou 200 anos no tempo, ao plantar as cidades atuais como reflexo da atividade industrial-financeira. Nestes tempos de transição, e já se vêm os sintomas disso, não são apenas as estruturas concretas e o parque produtivo que passarão pela transformação total; os valores e formas das trocas financeiras também terão de se ajustar às culturas das novas cidades, e isto quer dizer, outra vez, que as relações de trabalho serão amplamente, profundamente e totalmente diversas das que se formaram desde a Revolução Industrial.


Projeto Cidades do Futuro 5

sábado, 26 de janeiro de 2008

Projeto Cidades do Futuro 4 - novas formas de produzir a cidade

A ALTERAÇÃO DAS RELAÇÕES INDIVIDUAIS E COMUNITÁRIAS NOS PADRÕES PÓS-INDUSTRIAIS REQUER OBRIGATORIAMENTE NOVOS ESPAÇOS URBANOS

Terminamos o último texto afirmando que o produto final “cidade” é basicamente o resultado das formas de acesso às estruturas produtivas de um centro urbano. Antes, tínhamos dito que as condições de acesso à produção alteraram-se profundamente na civilização (vista como conjunto da diversidade de culturas), por causa de um projeto ocidental iniciado pela Revolução Francesa, e este seria o combate à fome e a universalização do ensino, relativos às novas massas populacionais da sociedade industrial. O processo histórico na verdade tem contexto mais amplo, e tem raízes na Revolução Liberal inglesa, no Iluminismo e na Independência Americana, acompanhada de todas as conseqüências históricas que tivemos nos últimos 200 anos, aproximadamente. O ponto de chegada de todos esses processos, entretanto, é o mesmo, e aí se incluem desde a Comuna de Paris, a Revolução Russa, as duas Guerras Mundiais, a Guerra Fria e tantas outras coisas, até o nascimento da sociedade tecnológica e pós-industrial. E esta não sabemos bem ainda como será. A tese defendida nestas proposições é que a Revolução Urbana - se é que podemos chamá-la assim, é um dos alicerces principais de uma nova era pós-industrial, em quase tudo distinta da fase histórica anterior.

Dissemos também que essa nova etapa da existência humana precisará ser construída de forma especial, “reconstruindo” a cultura anterior em vez de conviver com ela, como tinha sido feito até agora, e que o lugar de construção é o espaço urbano, mas novos espaços urbanos, totalmente novos, nascidos do zero, pois as relações culturais e sociais seriam totalmente incompatíveis com os níveis produtivos anteriores à Revolução Tecnológica, se podemos chamar assim a esse período de transição de algumas décadas, desde a queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, talvez. Com o fim da Guerra Fria, experimentamos certa “desideologização” dos conflitos urbanos, e pudemos vê-los, por uns momentos, como questões técnicas, culturais e produtivas, em vez de doutrinárias. Hoje já existem algumas tensões ideológicas entre o neoliberalismo, o neoconservadorismo, o velho trabalhismo e algumas alternativas que se imaginam, mas não se as põem em prática, porque não há espaço para elas! Veja-se a importância dos novos espaços.

As Cidades do Futuro não são uma idéia jogada, um delírio ou digressão, mas uma necessidade fundamental das culturas, de reorganizarem suas relações internas, de materializarem o conjunto enorme de conhecimento acumulado, esperando para ser aplicado sem poder, pois ele também não cabe nas cidades atuais, a não ser em pequenas amostras, sem se realizarem plenamente, porque isto causaria um choque com as estruturas estabelecidas. Mas quais são essas novas relações de produção, que demandam planos urbanos radicalmente inovadores? Aí sim, como já foi adiantado, entra o fator tecnológico, aliado à educação da maioria da população. As formas de trabalho, as relações trabalhistas, a organização do sistema produtivo segundo funções e tarefas, o instrumental disponível, as formas de comunicação, os tempos de execução, as condições de operação nos mercados, os padrões de rendimento, produtividade e responsabilidade, tudo isso se altera, desde que a cidade toda funcione de forma diferente. Nessa cidade não deve haver mais favelas, pois esta é uma forma totalmente inconciliável com o conhecimento. As bases urbanas e a forma como estão integradas, como são conduzidas politicamente, nos estados e no país, a evolução das formas de gestão do espaço rural, tudo isso inibe de forma decisiva os bolsões de fome, pobreza e miséria. Além disso, o preparo dos cidadãos comuns, treinados naturalmente para exercer várias atividades, por causa da qualidade da educação e dos meios disponíveis por novas tecnologias, somente esses primeiros fatores, já alteram total e profundamente o mundo como o conhecemos. Mas não é só isso, porque senão bastaria copiar os modelos de países mais adiantados, como a Suécia, a Noruega, a França, e estaria tudo resolvido. O avanço das relações de produção pós-industriais são mais abrangentes que essa polarização centro-periferia havida na primeira fase da globalização.


Projeto Cidades do Futuro, 4

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O Brasil deve à Amazônia um projeto sustentável de preservação e ocupação

Um megaprojeto contínuo de ocupação sustentável e controlada, de convivência com os povos da Floresta e de preservação pura e simples, através de uma rede de micro-regiões interligadas

Ou o Brasil não será mais Brasil

A Questão Amazônica dará a medida exata da ação de Estado ou de sua inoperância, em todos os governos daqui em diante. Devem ser construídas diversas "pequenas cidades do futuro", organizando o espaço ao seu redor a partir de projetos que contem com a participação massiva da sociedade brasileira, começando pelo conhecimento e pela ampla discussão.

MATÉRIA DE 3 BLOGS: ALON, JOSIAS E NOBLAT

Esta pode ser uma das grandes contribuições iniciais da blogosfera ao país: reunir a avaliação dos blogs e as iniciativas do Projeto Brasil, e também as bases do Projeto Cidades do Futuro, criado aqui neste blog.


Esta é uma matéria crítica para o governo? Sim, mas que se dê o desconto de que nenhum governo anterior avançou mais a ação sustentável que o atual. Porém, ainda insuficiente! A ação do Estado brasileiro desde sempre se confunde com ação de governo. Seria difícil precisar o número de Ministros que estariam diretamente envolvidos no correto equacionamento da ocupação e preservação do território amazônico, ou no gerenciamento oficial do governo das imensas riquezas dessa região. Da mesma forma, deve-se determinar qual seria o grau de responsabilidade direta do presidente Lula e de seu Gabinete (o núcleo de assessores mais diretos), para que as pressões sejam bem dosadas e direcionadas.


Josias critica as medidas em si. Algumas são boas (as "velhas"), outras não são (as novas), querendo dizer com isso, que já deu tempo mais do que necessário para o governo federal não errar nas medidas adotadas, nem por linha equivocada, nem por imprecisão dos focos. Traduz-se um sentido de administração insuficiente da Amazônia, no mínimo. De fato, pensar que apenas a ministra Marina, apesar de se enorme prestígio mundial, poderia cuidar de tantos problemas, e tão imensos, seria uma concepção temerária. Josias está cobrando mais governo, mais ações e mais acerto. O governo não aplicou um grande projeto amazônico, não sustenta uma programação sistemática de gerenciamento das atividades regionais e de seus problemas.


Noblat critica de modo geral a atitude de urgência, procurando remediar as distorções causadas pela administração incorreta da Amazônia e o atraso das políticas específicas. O Brasil não pode mais correr atrás de prejuízos causados pela atividade predadora de larga escala e pela devastação. Também não pode silenciar diante das pressões econômicas, sociais e políticas que se descarregam hoje sobre o território amazônico.

Está corretíssima a postura defendida pelo Blog do Alon. A gestão viável dessa região reside na formulação de uma rede de pequenos projetos, depois integrados a uma rede de todas o conjunto de iniciativas. A Floresta Amazônica não ficará imaculada, não existe a menor chance, mas é possível criar estruturas de relação ambiental bem dimensionadas, de altíssimo nível de conhecimento, efetivamente gerenciadora da atividade humana nas áreas de fronteira e de transição da Floresta. Existe um sem número de medidas que devem ser tomadas, capazes de alterarem o perfil da presença humana e o destino até agora sombrio desse ecossistema único no planeta.

Qual poderia ser a contribuição do Projeto Cidades do Futuro? O avanço das bases de discussão em busca de alternativas para essa ocupação sustentável, desenvolvendo novas propostas arquitetônicas e novas concepções de geografia humana, às quais toda a sociedade deverá se ajustar, pelos menos nessas áreas de risco ambiental, quer dizer, todo o meio ambiente está em risco.

Alon destaca que a questão amazônica não é o problema, mas a solução. O equacionamento correto resolveria questões como a pressão urbana nas metrópoles, a reforma agrária e as situações de fome e pobreza em outras regiões do país, sem contar que a experiência bem sucedida na Amazônia poderá ser aplicada em outras áreas de risco social ou ambiental.

Posts de 24.01, coment. Josias 3 , Noblat 4 , Alon 3

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O Brasil que parou de sonhar

Dias atrás escrevi um post sobre um brilhante cientista brasileiro. Ontem a página-blog do Azenha contou uma história parecida, de outro pesquisador brasileiro de sucesso, no exterior. Nos “States”. Saiu no New York Times e na Scientific American. Da Carolina do Norte, estado yankee, fez um “espécime” mover um braço mecânico no Japão, decodificando seus impulsos cerebrais. Agora vai implantar um programa de educação científica em escolas públicas brasileiras, começando pelo Nordeste. Diz que a imprensa brasileira “deixou de sonhar”.

Discordo dele com carinho, não é só a imprensa. A maioria dos políticos, dos empresários, dos chefes de família, das instituições, dos indivíduos na multidão, até dos artistas, parou de sonhar, em terras brasileiras. Agora somos todos “pragmáticos”, pés no chão, pés de ferro, de barro, sem sapatos, mas todos imobilizados, sem brisa, sem horizonte, sem estrelas. Que libertem os lunáticos, por favor, que esses joguinhos rasos vão petrificar a todos. O Brasil está se fossilizando.

Há sonhos e sonhos, sonhadores e sonhadores, fugas e realizações. Não sonhar também é uma fuga, do paraíso para o inferno, e não para a realidade. Repito Chico Buarque: distribuam calmantes, excitantes, inebriantes, por favor. É um caso urgente de saúde pública, muito pior que a febre de qualquer cor. O Brasil parou de sonhar! Em breve restará apenas a erosão, a desertificação, a aridez, a aspereza, a secura, depois ficaremos estampados nas pedras, seremos marcas rupestres, felizes e satisfeitas, jogando paus e pedras, corações de rocha cristalina, registros da história triste. O grande país que se recusou a sonhar.

Pequenas Crônicas 2

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O show hoje é em Wall Street, a Broadway ficou em segundo plano.

Os Blogs do Azenha e de Ricardo Noblat dão contornos mais sólidos à gravidade da crise das bolsas: respectivamente, a intensa movimentação na área financeira de Nova York e as declarações de George Sóros. O Blog do Nassif procura explicar a crise.


O breve post no Blog do Noblat, anunciando "Bolsas asiáticas encerram a terça-feira com forte queda", parece uma ligeira chamada, mas sua leitura faz a crise das bolsas rugir como um pequeno artefato nuclear, prestes a ser detonado, tal é o teor das declarações de George Sóros. Deve-se modular as declarações do megainvestidor sem desqualificar seu alerta, mas medindo as capacidades de resposta do mercado. Este é o momento mais delicado, em que o quadro econômico pode encontrar saídas ou mergulhar de vez em grande recessão. Para Sóros, esta é a crise mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial, mas obviamente deve-se considerar que os meios de controle são muito mais eficientes. A afirmação de Sóros, em Viena, segundo o artigo de Karen Strohecker (Reuters):

"Ele disse que nos últimos anos os políticos foram guiados por alguns mal-entendidos, como o que chamou de "fundamentalismo de mercado" (a crença de que os mercados financeiros atuariam como equilíbrio).

- É uma idéia errada, disse ele. Realmente temos uma séria crise financeira agora."


A página do Azenha publica um artigo do New York Times, de Landon Thomas Jr., texto contundente e de grande abrangência. As declarações de alguns especialistas fazem parecer inevitável uma grande crise, somando argumentos da tecnicidade da crise, toda ela "muito bem explicável", e largamente prevista. O artigo nova-iorquino termina fazendo um convite assustador ao cidadão comum, o "Joe Sixpack", sixpack é a embalagem de mão, com 6 de latinhas de cerveja: "abra uma cerveja e veja Wall Street pegar fogo". Porque depois, quem vai pagar a conta mesmo é o Joe.

O Blog do Nassif trata de modo bem objetivo as principais causas da crise, tentando mostrar que mais uma vez as autoridades brasileiras não estariam tomando as medidas mais acertadas, e talvez estejam apenas tentando amenizar os impactos da crise no Brasil, sem ir mais fundo na elaboração das medidas necessárias, talvez confiando demais na "blindagem" da economia brasileira, como se no mundo globalizado houvesse alguma...


Conclusões das leituras: Esta crise é reflexo dos rearranjos necessários à saturação de certas formas de rendimento financeiro, mais do que de ganho por produtividade, vigentes nos últimos anos na economia globalizada, efeitos em certa medida da ação política do governo Bush, considerando-se a relativa capacidade de reorientação da atividade econômica que detém o Estado, mesmo no país de liberalismo econômico mais arraigado. A reorientação se mostrou irresponsável. No caso de socorro ao sistema financeiro, contudo, somente o Estado pode intervir, e aí se vêem as enormes brechas anteriores, apontadas por George Sóros, na entrevista de Viena.

A crise chega gradativamente, pé ante pé, na medida da perda de sustentação econômica que o mercado avalia, no ritmo em que se alteram as conjunturas americanas, em que se incluem não apenas o novo quadro político-eleitoral, mas a série de fatores gerais resultantes da reorientação econômica citada. O complicado sistema de uma especulação apoiando a outra, sem ninguém saber direito onde está o lastro de todo esse "show". Bem, o show agora será a procura desse lastro.

O fato da crise ter-se iniciado no setor imobiliário dá o tom exato desse processo. Esse é o setor da economia real mais fortemente associado ao sentimento de estabilidade e de segurança, em tempos incertos. É a idéia de se recorrer à solidez de uma "wall street", ora fragilizada. Chocam-se na crise a imagem dos prédios imponentes à cotação imprecisa que projetavam, por força da "incerteza dos tempos". A questão é que os negócios imobiliários também estavam inflados por papéis garantidos pela ciranda alucinada dos ganhos especulativos. Nos EUA, contudo, isto é muito grave, pois é comum as famílias americanas terem boa parte de seus investimentos feitos em papéis de aplicações financeiras, e nisso freqüentemente hipotecando suas casas.

A guerra contra o terrorismo, os conflitos no Afeganistão e no Iraque, a crise no Oriente Médio caminhando para o barril nuclear paquistanês, as intensas mudanças no dia-a-dia dos americanos, desde os atentados de 11 de setembro, a ameaça de novos atentados nos EUA e em outros países, o retorno das atividades de controle e espionagem, a radicalização dos comportamentos políticos, todo esse processo iniciado sob as teses neoconservadoras do grupo republicano em torno de Bush (bem específico), chegou ao desgaste final. E também um modo de ganhar dinheiro, sem que se tenha estimulado suficientemente o setor produtivo, gerando várias bolhas econômicas.

O mercado deve avaliar agora como está o panorama da economia real, avaliar as perspectivas de investimento, os novos riscos, se há propostas alternativas, como fazer os ajustes necessários, o que está envolvido em cada uma dessas novas necessidades, quais os aspectos estruturais envolvidos, que novas orientação surgem nesse quadro totalmente novo. As candidaturas de Barack Obama e Hillary Clinton traduzem os vetores de ruptura com esses cenários, e tudo isso contribui para que haja mais incerteza, desta vez, porém, aliada ao necessário recálculo de todos os elementos da economia real.

É fundamentalmente um modo de capitalização e também de consumo que se esvai, de falta de intervenção do Estado como políticas públicas e não apenas como apoio e socorro aos grandes capitais. Os acordos e esquemas precários de alta especulação, a ciranda sem lastro e sem critérios mínimos, as distorções sociais e políticas causadas por esses quadros de condução radical do governo da superpotência americana, criaram pressões crescentes sobre o mercado, e acumuladas fizeram com que este não conseguisse mais assimilar os ganhos especulativos de modo tão repetitivo. E os tremores e temores se espalham pelo mundo.

Posts de 22.01, coment. 6 - Nassif, Azenha 3, Noblat 3

domingo, 20 de janeiro de 2008

Blog do Reinaldo condena atitude do PSTU

MINISTRO HADDAD É VAIADO E SE RETIRA DE EVENTO

DISTÚRBIO CAUSADO POR MILITANTES POLÍTICOS EM CONGRESSO NACIONAL DE TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO PROVOCA A UNANIMIDADE DE PROTESTO DOS PRINCIPAIS BLOGUEIROS, MESMO OS DE MAIOR RIVALIDADE

Mais uma vez se depara com as grandes dificuldades da estrutura educacional brasileira, e se constata a insuficiência dos governos, em resolver essa questão. Mesmo criticando severamente o extremismo e o radicalismo do PSTU, também se questiona a atuação do governo. Será que essa atitude, de ir ao encontro na CNTE, seria a ação mais adequada para propor alternativas para a Educação? O governo resiste em formar um núcleo de grande experiência educacional e de reconhecida habilidade política, para juntos com o ministro organizarem um plano educacional de larga escala e grande intensidade, pois somente neste nível os problemas da Educação começarão a ser efetivamente resolvidos.

O movimento político e sindical entre todos os quadros profissionais ligados à Educação pública é muito forte, mas isto é decorrência da ausência de políticas públicas nesse setor, já há quantos anos e mandatos? Ficam evidenciados o descaso e a incompreensão dos governantes brasileiros para com a realidade escolar do país, e sua importância. As medidas têm sido sempre parciais, nunca cuidando de toda a base do ensino brasileiro, diz-se aqui das condições básicas apenas, e nem isso é feito. O resultado é o agravamento da crise, o imenso impacto que isso tem na sociedade e, naturalmente, os movimentos sindicais e políticos tomam a frente dessas categorias, pois essas classes têm visto seu trabalho ser continuamente desprestigiado, no decorrer dos anos


Post de 20.01, coment. 3 - Reinaldo

Azenha faz a cobertura mais detalhada da eleição americana

O SENADOR BARACK OBAMA DEMONSTRA SUA INEXPERIÊNCIA, PARA ALEGRIA DOS CLINTON

NOTA: foi corrigido na coluna ao lado o endereço do blog, que estava desatualizado.

O quadro montado por Luiz Carlos Azenha sobre as eleições americanas forma um conjunto de informações bem resumidas, dando o tom das prévias americanas, nas vésperas do ansiado debate entre os candidatos, segunda-feira, 21.01.

Vê-se o valor informativo na forma com que o repórter refere-se à senadora Hillary Clinton, sempre destacando o papel do marido Bill Clinton, ou em sua sensibilidade para destacar nas informações de campanha as notícias de maior peso.

O duelo entre Mccain e Hillary está se configurando, mas ainda não se definiu. Há outros nomes que podem surpreender, na maratona dos estados, esta é uma observação Outras surgem conforme se apuram os resultados de cada unidade da federação. É possível formar um conjunto de análises muito valiosas, sobre as tendências atuais do eleitorado estadunidense. E os pesos dessa balança têm apresentado alterações importantes, de uma prévia para outra.

Resta saber o quanto o desfecho da guerra contra o terrorismo ainda preocupa os americanos, e se essa prioridade suplanta a "arrumação da casa", que seria feita por Hillary. Este será o fiel da balança, se a disputa for entre Mccain e Hillary. Mas um detalhe está passando despercebido, nas movimentações dos candidatos e na receptividade que alcançam junto ao público: o significado da intensa participação de Bill Clinton na campanha da mulher, mesmo havendo ainda o "recall" do escândalo de 10 anos atrás.

Por Hillari ser a primeira americana com boas chances de ganhar as eleições para presidente, a figura do marido por perto, atuando firmemente, é indispensável. Não transmite insegurança, mas tranqüilidade aos eleitores. Se Hillary fosse fraca ou tímida, o marido acentuaria sua debilidade, mas sendo forte e agindo com bastante desenvoltura, o efeito junto aos eleitores muda para a união familiar, e esta ainda é uma imagem fortíssima nos EUA, ainda mais para a mulher. A figura feminina na cultura americana é a grande referência familiar. Lá é quase um matriarcado. Elas mandam mesmo.


Post de 20.01, coment. 2 - Azenha

sábado, 19 de janeiro de 2008

Cidades do Futuro 3: A (re) conquista do tempo




A REVOLUÇÃO URBANA COMEÇA NESTE SÉCULO E ESTÁ PREVISTA PARA ACABAR DAQUI A MEIO MILHÃO DE ANOS, EM MARTE!

Até lá, os humanos possivelmente terão se ramificado em algumas sub-espécies. Alguns serão como os desenhos de ficção, pequenininhos, de cérebro enorme, com a força da mente ultra-desenvolvida.

Outras espécies poderão evoluir de modo ainda ignorado.

Os dois primeiros textos abriram caminho para o exame das questões sobre o futuro da humanidade, e procuraram fazê-lo de modo meticuloso, sistemático e criterioso. Como se viu, o futuro está realmente às portas e não tem tempo certo para acabar. Será praticamente uma "eternidade", mas uma eternidade com metas, projetos e objetivos, de resultados parcialmente calculáveis.

Bem-vindos ao futuro, caros cidadãos. Depois de lerem estes primeiros textos, a vida de vocês acabou de mudar, para sempre. Já não vivemos mais no passado.

Se pareceu que a História tinha terminado, após a queda do Muro de Berlim e o período monolítico do neoliberalismo, ao dobrar a curva dos tempos eis que o campo se abriu de vez, e nos deparamos com a diversidade e a multiplicidade sem fim, de uma viagem sem retorno. Jornada esta que é parte da história da Terra; a história planetária, por sua vez, integra a História Universal. Vivemos nos últimos 200 anos a história do Capitalismo Industrial, e este cumpriu seus objetivos, em meio a tragédias incalculáveis e erros monumentais, que nunca mais deveriam se repetir. A sociedade, contudo, tem de se organizar e se esforçar, para que as tragédias provocadas pela ignorância humana sejam superadas pelo menos em seus projetos de viver.

Foi o mundo industrial que construiu os motores da "nave" para o futuro. Esse "veículo", como já foi muito rapidamente exposto, foi feito de avanços técnico-científicos, mudanças culturais e, contribuindo decisivamente, a alteração tanto das formas de produção quanto dos modos de acesso à produção. Estamos agora no limbo, esse tempo estranho, pois o trabalho humano criou um vácuo, a ser preenchido com o novo, não obstante as antigas estruturas ainda resistam ferrenhamente. Por quê?

Afirmamos que deveria haver fatos centrais capazes de levar a civilização aos seus limites, "empurrando-a" para a falta de alternativas a não ser o futuro. Isto no plano material, e estes foram a universalização do ensino e o equacionamento da fome, processos marcados por acontecimentos como a Independência e a Constituição Americana, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, e todas as conseqüências desencadeadas no séc. 20. No simbólico, porém, também havia essa mesma lacuna. Faltava um fenômeno "teórico" capaz de mobilizar o pensamento e a disposição dos homens, um derradeiro "pedacinho", para costurar a imensa rede do conhecimento e colocá-la em marcha, rumo à conquista do próprio tempo. Nossa história anterior talvez tenha 5, 10 mil anos, mas acabamos de conseguir um "crédito" de 500 mil anos.

E qual seria a chave do tesouro, para o futuro da humanidade?



Nota do mediador: Por ser este um blog direcionado para a leitura, cabem algumas pequenas revisões, filtrando o coloquialismo e a rapidez exagerados, comum nos blogs mais dialogados.


Projeto Cidades do Futuro 3 - última revisão em 19.01.08; 28.01.08

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Aceita um cafezinho?

... mas será que tem café no bule?

AS MUDANÇAS DE FUNCIONAMENTO EM UM DOS GRANDES MOTORES DA CIVILIZAÇÃO

Novas necessidades levarão a um novo tempo

Os interessados no assunto podem tirar suas conclusões sobre a seriedade do projeto Cidades do Futuro, proposto neste blog. É natural que surjam dúvidas sobre o valor de uma proposição tradicionalmente reservada às equipes de engenheiros, arquitetos e economistas, e a grandes organizações. Mas há outras bases disciplinares capazes de formular propostas culturais complexas, inclusive projetos urbanos. Isto pode ser comprovado aqui, para saber se o autor "tem café no bule", ou se o bule está vazio. Quanto aos referenciais disciplinares e teóricos, estes deverão surgir normalmente no processo de discussão.

Naturalmente esta não é a única abordagem possível, nem se pretende lançar as perspectivas dominantes sobre o tema, mas sem dúvida é possível apresentar algumas características universais dos aspectos urbanos no futuro, abrangendo enfoques multidisciplinares de um projeto de tal envergadura.

Pretendo conduzir essa discussão pontualmente, para que se somem os pontos trabalhados às elaborações de outras propostas em construção. E avançar o debate de forma bem gradual.

Um dos recortes possíveis vem das motivações para tal projeto. Qual a necessidade dele? Bem, são conhecidas as diversas tensões das cidades atuais, especialmente as metrópoles, que andam à beira do caos, mal contendo as explosões sociais, maiores e menores. Existem hoje várias formas de "rebeliões" no espaço urbano, colocando em xeque as possibilidades de convivência pacífica nos limites da cidade. No meio desse contexto todo, existe um vetor em particular, compondo a força motriz da sociedade, e são as alterações nesse componente social que inevitavelmente irão demandar transformações profundas nas relações urbanas, a ponto de fazer com que as culturas no mundo todo iniciem um processo de migração para esse novo patamar da civilização.

Vou dar como dado inicial (não deveria, mas é apenas para fins esquemáticos), o nível de avanço tecnológico alcançado. Este, por si só, poderia ser a causa de uma nova era, mas o avanço técnico-científico apenas é insuficiente para gerar tamanha mudança na estrutura social. Há de haver, como disse, um fato central levando a cultura aos seus limites, e esse fator poderá catalisar as transformações que já estão engatilhadas em todos os outros setores da vida atual.

Esse fator é o acesso majoritário das massas populacionais aos bens fundamentais das políticas públicas, como a universalização do ensino e o equacionamento da fome (um projeto real, que vem desde o Iluminismo e a Revolução Francesa). Há um exemplo preliminar disso? Há, a China. Podemos calcular o impacto enorme de quase 1,5 bilhão de pessoas integrando-se ao mercado global, tendo comida para se alimentar e escola de qualidade? Ou no Brasil, podemos projetar o impacto sócio-cultural, econômico e político sem precedentes, das dezenas de milhões de famílias podendo dar educação e comida aos filhos? Que impacto terá no mercado de trabalho em 15 ou 20 anos? A atual disposição geográfica das cidades irá acompanhar o desenvolvimento social do país? Pessoas bem alimentadas, educadas, preparadas para o trabalho, vão se sujeitar às condições de vida dos morros cariocas ou da periferia paulistana? As condições do mercado de trabalho poderão ser as mesmas? E o conjunto das relações de produção, como poderão estas responder às mudanças das próximas décadas? Não deu uma coceirinha cerebral na "gaveta" reorganização das cidades? O valor sistemático é a cidade como resultado do acesso da população aos modos de produção.

Segue por aí...

Projeto Cidades do Futuro, 2

O Projeto Cidades do Futuro



SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS PAISAGENS DO FUTURO

Para o Projeto Brasi
l


O FUTURO TERÁ DE SER CONSTRUÍDO À PARTE, NÃO VIRÁ ESPONTANEAMENTE



As paisagens urbanas futuristas da ficção científica fertilizam a imaginação e o anseio do cidadão contemporâneo, passageiro do futuro que se inicia, entretanto, esse novo tempo parece nunca chegar, e ser mais um "culto futurista", um modismo superficial cuidando apenas da renovação de estilo, em vez da arquitetura profunda de um mundo completamente novo. Por que isto ocorre?

Os atuais espaços urbanos formaram-se superpondo "camadas" de eras civilizatórias, fazendo conviver de modo quase acidental as várias épocas vividas. Na grande maioria das vezes, o novo chegou onde já estava o "velho", e os processos de demolição nunca conseguiram apagar os modos antigos nas cidades. Além disso, as incorporações de novas áreas nunca puderam ser instaladas como algo total e radicalmente novo, mas sempre assimilaram parte das concepções anteriores. Foi assim em Brasília, por exemplo, onde o inovador teve de se religar ao tradicional, para que a cidade passasse a fazer sentido para seus habitantes. Mas não se pode negar que a capital brasileira apresenta um conjunto urbano renovado, que avançou os padrões do que seria a atualidade pós-brasiliense.

Mas as novas cidades, essas cidades do futuro que habitam os sonhos dos visionários e aspirantes ao "completamente novo", essas não podem mais seguir o mesmo processo de criação urbana. Antes de tudo, é preciso verificar se os planos para o futuro permanecem apenas um sonho, ou se já existem bases realistas para a construção desse novo mundo. A questão é saber se, quando observamos os lugares onde vivemos, na vida prática que levamos, já se tornou bastante perceptível a disparidade existente entre as possibilidades dos modos de vida e as formas de viver efetivas, que se materializaram na sociedade. Se existem distâncias enormes entre as condições de vida em potencial e o concretizado, então se avizinham grandes mudanças, e o mundo não poderá mais continuar a ser como é.

A continuidade histórica dos espaços urbanos deverá se dar de outra maneira, no presente, pois, além desses processos históricos da arquitetura estarem igualmente em evolução, no estágio das culturas atuais os saltos qualitativos são enormes, e obedecem a lógicas de organização, funcionamento, associação e comunicação que não existiam antes. São mundos de princípios organizadores incompatíveis com o antigo, se seguidas as mesmas formas de substituição do velho pelo novo, como foi feito até agora.

Em suma, as cidades do futuro precisam ser construídas, em lugares especiais, escolhidos para tanto. E em cada um dos locais destinados, há um projeto diverso a ser constituído. Os projetos mais adequados ao futuro serão exatamente esses, que saibam respeitar as especificidades de cada espaço urbano, suas adjacências e relações ambientais, além de se integrarem a diversos níveis regionais e planetários.

Pretende-se, a partir deste texto inicial, lançar várias linhas de discussão sobre a matéria, a construção das cidades do futuro, a partir do projeto proposto.


Proposta para o Projeto Brasil 1 - As Cidades do Futuro

A Ciência dos Blogs: O Fértil Exercício dos 1500 caracteres

NÃO É FÁCIL ENQUADRAR UM BOM TEXTO NO FORMATO DO BLOG

ESCREVER NO BLOG DO NASSIF É QUASE UMA DISCIPLINA OBRIGATÓRIA PARA AS ESCOLAS DE JORNALISMO

BLOGALIZE-SE !

O Blog de Luís Nassif começa a abordar os entornos da maratona eleitoral do próximo triênio. Os "posts" O modelo político brasileiro e O personalismo na política iniciam as primeiras prospecções sobre "o mundo político que nos cerca", cenário dos "grandes shows" de 2008 e 2010, que deverão se apropriar também de 2009.

A reforma política não veio e certamente não virá, isto parece ser um valor incorporado a esta geração de mandatários eleitos pelo povo, esta última expressão embutindo certa parcela de crítica e de esperança, proporcional a cada nome da política brasileira, e eles próprios deverão mostrar a nós a correlação existente entre os dois valores indicados.

Em lugar de um sistema mais aperfeiçoado, então, fazendo a vez do que deveria a base da democracia, a atuação clara e firme dos partidos políticos, de suas propostas e compromissos, a ponto de provocar renúncias, impeachments e demissões, se não viessem a ser cumpridos, teremos de nos contentar apenas com o intenso debate.

Que se abra o debate qualificado com a participação dos eleitores, e não fiquem as coberturas políticas circunscritas ao fastio das miudezas de visão e concepção.

Posts de 17 e18.01, coment. 5 - Nassif

Só pra dar água na boca


Homenagem ao Programa Espacial brasileiro




UMA OBRA-PRIMA DE FICÇÃO CIENTÍFICA, FEITA EM 1968 !

Cenas do filme 2001, de Stanley Kubrick,

baseado em obra de Arthur Clarke


O FUTURO DA HUMANIDADE




E se vai a primeira semana deste blog...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Um dia, num ônibus...

SOBRE A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO E DO PROGRAMA ESPACIAL NO BRASIL

Perfil de um "jovem" e ilustre cientista brasileiro

Volto a um assunto recorrente em meus escritos: o Programa Espacial. A família do professor Onuchic, da Escola de Engenharia de São Carlos (USP), era a família mais genial de nossa cidade. Seus filhos tiravam as maiores notas dentre todas as escolas locais, disparado. Quando não tiravam nota máxima, ficavam muito chateados. Não eram apenas muito inteligentes; eram muito estudiosos também, o que quer dizer, enorme aptidão para os estudos. Depois, todos crescemos.

Muitos anos mais tarde, peguei um ônibus de São Paulo ou de Campinas, para São Carlos, e encontrei nele o filho mais velho, Zé Nelson - José -, de minha idade. Não estudei com ele, mas tínhamos participado do mesmo programa de intercâmbio para os EUA, a YFU (Youth for Understanding), no ano de 1973. Dividimos um táxi, as casas das respectivas famílias eram próximas uma da outra. Perguntamos como ia a vida. Lembrando do prestígio de meu interlocutor, quis impressioná-lo: "trabalho num centro de computadores do Banco do Brasil ", naquele tempo os cpd's bancários eram novidade no país. Tentei não dar pompa à voz, como se fosse um lugar sem grande importância, para não parecer que estava tentando "me nivelar" por cima: "e você?", complementei.


E ele, sem fingir nada, sem qualquer inflexão de voz, na maior simplicidade do mundo, que é sua característica, respondeu: "Ah, estou trabalhando na Nasa". O táxi tinha acabado de parar em frente de casa, tive de descer. O melhor da conversa teria de ficar para outro dia. Não cheguei a saber se era um projeto com a Nasa, se ele era cientista da Nasa, o que exatamente ele fazia lá. Mas hoje, no Google busca, o nome dele está junto com o da Nasa, em alguns links. Para mim, pelo menos, isso é formidável! Seu curriculum vitae está na Internet, dêem só uma olhadinha... O moço trabalha duro, e produz muito, alguém poderia perguntar, "conhecimento?", e eu diria, "não é só isso; é riqueza!".


E quanto mais campos novos de trabalho ele abre (vejam seus feitos), mais os americanos criam condições para o desenvolvimento de seu trabalho, e nem sonham em criar desestímulo, impedimentos, barreiras ou obstáculos para seus projetos.


Quero dizer com isso que um programa espacial no Brasil não é um sonho impossível, e de modo algum poderia ser considerado supérfluo. Basta ver a trajetória do Zé Nelson. Já pensou se o Brasil tivesse centenas, milhares, centenas de milhares de jovens de trajetória parecida com a dele? Mas isso só faria sentido se houvesse aplicação prática para seus conhecimentos. Percebem? Uma coisa reforça e viabiliza a outra.

Ampliemos o exemplo. Os Estados Unidos têm um território total do mesmo porte do Brasil, mas o dividiram em 50 estados. Em cada um desses 50 estados existem estruturas de estudo e pesquisa capazes de fazer inveja ao Brasil inteiro, e o motor desse desenvolvimento sem par foi a realização de projetos avançados, aliada a um enorme espírito de iniciativa.

O Brasil é tão ousado em certas áreas, mas tão tímido em outras..., e não há qualquer fator objetivo que esteja condicionando essa perda humana gigantesca e irreparável, a cada ano escolar e científico. Muito pior, além da sociedade não aproveitar os talentos desses jovens, que poderiam ter um currículo semelhante ao dos Onuchic, centenas de milhares acabam se desencaminhando de algum modo, sem contar outros milhões que permanecem na pobreza.

Já a China, com mais de 1 bilhão de habitantes, quase o mesmo tamanho do Brasil, consegue cuidar muito bem de sua Educação e de seu Projeto Espacial.

O Brasil pode fazer mais, cidadãos, muito mais!


Pequenas Crônicas, 1

O bloqueio a Cuba e o americanismo na Guerra Fria

ALON FEUERWERKER ANALISA O NOVO CENÁRIO DAS AMÉRICAS PARA A DIPLOMACIA BRASILEIRA

O anacronismo da rejeição à Cuba e do alinhamento automático aos EUA

O post "De volta ao americanismo", 16.01, no Blog do Alon, procura mostrar o erro de se construir qualquer proposta política interna no Brasil usando-se dispositivos de um contexto do século passado, que já está mais do que ultrapassado. Nem mesmo os americanos adotam mais esse procedimento em relação à Cuba (embora não haja ainda condições formais para o fim do bloqueio), ou em relação à aproximação entre os demais países latino-americanos, fora do guarda-chuva de Washington. Nas circunstâncias presentes, é o oposto. Interessa a Washington que as democracias do continente se fortaleçam e se integrem à economia globalizada.

Para entender isso, é preciso recuperar um pouco a história. Na Guerra Fria, havia uma enorme desconfiança de que Moscou tentaria implantar e apoiar regimes comunistas nas Américas. Isto no plano político e diplomático. Nas áreas de inteligência, onde o conflito rasgava, a guerra era declarada mesmo. Os americanos eram totalmente intolerantes com qualquer ameaça comunista, especialmente depois que Castro expulsou Batista e seus aliados americanos de Cuba, e a União Soviética instalou na ilha mísseis nucleares capazes de realizarem um ataque fulminante a várias regiões americanas, incluindo a Capital. Além disso, havia no mundo intensas batalhas doutrinárias entre os comunistas e os capitalistas, que frequentemente chegavam às vias de fato (ex: Coréia, Cuba e Vietnan), ou acabavam gerando regimes fortes e ditatoriais, como foi o caso da A.L.

Foi nessa época que começou o bloqueio à Cuba, diante da iminência de um ataque soviético aos EUA, e de imediata retaliação, ou seja, por questão de horas o mundo não acabou, mas esta é outra história, de um conflito bem maior. O caso é que atualmente não existe essa insegurança dos EUA, diante do estreitamento de laços internos no continente. O peso dos países mudou, e hoje o Brasil, por exemplo, pode desempenhar papéis de mediação e de apoio de forma muito mais adequada do que os americanos fariam. Vide o Haiti. Permanecem as disputas comerciais, obviamente, as polarizações de várias naturezas, como é o caso de Chavez, mas não existe de fato um desejo majoritário ou potencial de qualquer uma dessas populações tornarem-se comunistas, aliadas de uma superpotência também comunista e hostil aos EUA. Isto acabou nos desfechos históricos, e esta é parte da questão levantada pelo Alon.

O artigo, que alerta para o anacronismo do alinhamento automático a Washington, vai mais longe, ao lembrar que em outras épocas, mesmo quando governavam os militares, Sarney ou FHC, a diplomacia brasileira adotava linha semelhante à do governo atual, nesses casos. Esta é uma longa tradição, que vem desde o Barão do Rio Branco. As posições brasileiras sempre foram moderadas e mediadoras, a não ser em casos extremos, como na 2a. Guerra Mundial.

No presente, interessa aos americanos a atuação brasileira e outras com a mesma orientação articuladora, pois elas dão estabilidade ao continente e ajudam a melhorar o ambiente de negócios para todos. O projeto americano era inicialmente a ALCA, mas já foi reposto por várias alternativas, entre elas os acordos bi-laterais. É assim que caminha a ordem mundial. As potências estabelecem as regras, até que os países sob sua influência possam romper esses laços, e muitas vezes isso acontece sem maiores traumas. É o que tem ocorrido até agora, no novo quadro em formação no continente americano.

Se alguém no Brasil quiser voltar àqueles tempos "de antigamente", vai ficar fora do jogo, já de saída.

post 16.01, coment. 2 - Alon

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O tempo diferido das mudanças climáticas

MUITO DIFÍCIL DE SENSIBILIZAR A OPINIÃO PÚBLICA ACOSTUMADA AO IMEDIATISMO

Outro tema essencial tratado com método e critério pelo Nassif é o das mudanças climáticas. É uma boa referência para a blogosfera.

Tempo diferido quer dizer que há um intervalo entre a ação e seus efeitos, e os resultados não aparecem "em tempo real" - REAL TIME ou ON LINE -.

Como discutir com a sociedade contemporânea uma questão cujas variáveis se alteram em décadas e séculos, e até em milênios e em eras de milhões de anos? É um fator novo na vida humana esse poder de influenciar o clima de toda a Terra pela simples dinâmica do dia-a-dia, para a qual nem a cultura nem os indivíduos estão preparados, mas, no tempo do clima, estamos mais do que em cima da hora nas medidas necessárias para evitar catástrofes futuras. Já estamos muito atrasados, e os danos ambientais já ocorrem, nossa sensibilidade é que não vê.

A educação estética - percepção dos estilos e das formas - na sociedade pós-industrial é, para o tempo, uma sucessão de respostas imediatas, um comportamento impulsivo e compulsivo, com intervalos diminutos ou inexistentes para a leitura, a análise e a reflexão. Tudo que se quer aprendeu a se desejar e a buscar satisfação instantânea, pelo pressionar de um botão ou por uma ordem comercial. As trocas humanas assumiram uma estética de velocidade, e elas se integram às formas de comunicação pessoal ou de massa que se desenvolveram nas décadas finais da era industrial, ou no início da era tecnológica (predomínio da tecnologia e não fim da indústria).

Quem estudou isso muito bem foi Italo Calvino, ao analisar os aspectos da rapidez na produção artística e cultural dos novos tempos. A rapidez na comunicação humana é como um anel mágico, que encanta, enfeitiça ou hipnotiza, predendo-nos ao canal de transmissão e fazendo-nos muitas vezes servir ao objeto encantador. É o tempo dos noticiários da mídia, das compras de um shopping center, do trânsito nas vias rápidas, das pontes-aéreas, do filme que sintetiza uma vida inteira. É quase um não-tempo, uma supressão de parte do tempo,justamente o tempo de reflexão. Com isto, a cultura incorpora traços de imediatismo e de hedonismo (conseguir as coisas sem o esforço natural necessário). A vida toda torna-se quase um produto de consumo, que se deseja saciar nervosamente.

Essa "neurose" pós-moderna, agora, vê-se diante de um problema gigantesco, que se estenderá pelos próximos séculos, e terá de agir, para sobreviver, pensando nas conseqüências de 50, 100 ou 500 anos. A opinião pública está em estado de choque, desconcertada, mal consegue assimilar esss informações, pois a sociedade inteira terá de se reeducar, primeiro, para o tempo; depois, para coexistir com o meio ambiente do planeta. E nessa reeducação estética, para saber como agir sem comprometer o futuro, inúmeros outros traços culturais precisarão ser retomados, para que se respeitem os limites da Terra.

Post de 14.01, coment. 4 - Nassif

Lula sou eu !

Paródia de Luís XIV, o "Rei Sol" que disse: O Estado sou eu!, no ápice do absolutismo

Do Mundo dos Reis


e Lula: mas que rei sou eu?

MINO CARTA "FLAGRA" FHC EM SILOGISMO CLÁSSICO CONTRA SI PRÓPRIO

Às vezes é preciso espairecer um pouco, rir de si mesmo ou dos reis, mas a fala dos reis apresenta inúmeras vantagens para o humor, quando o rei não está próximo...
Lula uma vez disse que um presidente da República não podia dizer bravatas, por isso ele renunciava! Às bravatas, naturalmente. Ninguém é louco de renunciar à presidência, bom...
Quem sabe se cala, este é um dizer proverbial a ser observado por todos, especialmente os reis, mas quem resiste às tentações da palavra? Ainda mais nossos digníssimos monarcas...
E tomem bravatas reais...

Resumindo os silogismos perfeitos apontado no Blog do Mino:


PARTE 1

Lula está mais próximo de mim do que gostaria



Premissa maior: As personalidades próximas são semelhantes.
(consenso evocado por FHC)

Premissa menor: Lula está mais próximo de mim do que gostaria.
(está próximo)

Conclusão: Logo, Lula sou eu!
(conclusão lógica)


PARTE 2

Mesma estrutura anterior...


Lula só cuida de agradar a elite

CONCLUSÃO

Bem, se o presidente Lula só cuida de agradar a elite, e Lula é semelhante ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, então FHC só cuidava de agradar a elite!
Quer dizer, se o ex-presidente queria dizer que Lula governa para a elite, MAS ele, FHC, é que realmente era o autêntico e se preocupava com a população, então o resultado saiu totalmente invertido. Pois é, Presidente...

Agora o Mino quer saber o que Lula pensa da "confissão" de FHC sobre eles dois!

Como diria o "Macaco Simão", nóis sofre, mas nóis goza!

Post de 15.01, coment. 2 - Mino

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

As relações latino-americanas

POR QUE A VIAGEM DE LULA É IMPORTANTE ?

Blog Josias/ Blog Luís Nassif

A viagem de Lula à Guatemala e a Cuba tem alguns significados, e todos eles têm importância no atual jogo de globalização. O cenário latino-americano de hoje ainda está inserido na política americana, faz parte do bloco das Américas, mas isto está mudando.

Hoje se vêem quadros diferentes no Chile e na Venezuela, complicações na Colômbia, na Bolívia e no Equador, certa estabilidade nivelada por baixo na América Central, e o México em posição intermediária, mas vizinho da superpotência mundial, traduzindo, em posição desvantajosa para liderar a América Latina. Os principais vetores se tornam então Chavez, os EUA e Lula. Chavez vem ocupar o espaço deixado pelo declínio físico de Castro. Quem esperava uma sucessão em Cuba está surpreso em ver um sucessor venezuelano, mesmo com todas as diferenças pessoais e históricas.

A movimentação de Lula pela América Latina é continuidade do esforço inicial de seu projeto diplomático inicial, o de projetar o Brasil no mundo. Na primeira fase, quase totalmente bem sucedida, o Brasil se tornou liderança mundial, pólo estratégico e potência emergente, mas não conseguiu o assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, porém, foi ator importante na preservação de políticas multilaterais para a comunidade internacional.

Lula, Chavez e Bush jogam um jogo muito sutil de alianças e confrontações. Não se poderia dizer que um é totalmente inimigo, nem que é totalmente amigo do outro. Chavez precisa dos americanos, e vice-versa, os americanos precisam da estabildiade venezuelana, mas repudiam o avanço autoritário e esquerdista de Chavez. Lula é amigo de Chavez, mas Brasil e Venezuela têm visões diferentes sobre a realidade interna e externa de seus países, e atuam de modo diverso no cenário continental. O fato é que Lula não pode mais sair de campo no meio do jogo. Se fizer isso, a América Latina se esfacela novamente, com altíssimo risco de surgirem focos instáveis pela região, a serem apaziguados pela mesma tábula rasa que os americanos aplicam nesses casos, ou a situação se complica, com o avanço do chavismo e de outros "ismos".

Mas se Lula souber costurar um bloco regional na América Latina, então terá outro trunfo em suas gestões, mais um "nunca antes...", desta vez, aplicando-se a toda América "não gringa". E isto de modo algum prejudicaria os americanos.


posts de 15.01 - coment. Josias 2; Nassif 3

O Atlas Nordeste

O SERTÃO, A ÁGUA, A ECONOMIA, A POPULAÇÃO, O ESTADO, O BISPO...

Blog do Nassif

A transposição de águas do Rio São Francisco é um debate que precisa ser ampliado no Brasil. Falta uma participação maior das lideranças nordestinas de todas as cores ideológicas no assunto, e uma atitude mais flexível e mais aberta por parte do governo. Novamente, se tempos atrás foi preciso "desideologizar" os temas, hoje é preciso "despolitizar" pelo menos parte de algumas questões.

Luís Nassif vem conduzindo um debate altamente responsável sobre o tema, acompanhando atentamente as declarações dos principais interlocutores, procurando expor os vários lados das argumentações, escutando a voz de seus comentaristas, ponderando e recolocando posts.

Acredito que ainda estejam subestimando a importância vital deste tema, não obstante a intensa repercussão da cobertura de imprensa. Este é um projeto que desenha todo o caráter da história e da cidadania brasileira, das ações de Estado, da política e das condições de vida da população brasileira, sobretudo dos mais necessitados. A obra em si não é tão grandiosa. Obras hídricas muito maiores de todos os gêneros derramam-se pelo mundo. Na Europa é possível entrar na França e sair na Holanda, navegando por canais e rios. Na Rússia é possível cruzar o país pelas vias fluviais integradas por canais. Na Holanda, os polders drenaram o oceano. Na fronteira canadense-americana, Um navio é erguido por um sistema de eclusas e pode navegar até o meio do continente, desde o Atlântico até os Grandes Lagos. E o que dizer de Suez ou do Panamá? E das agriculturas irrigadas, em Israel, na Califórnia? E a obra de Itaipu?

Isto demonstra que a engenharia não é o problema, nem as finanças, mas a forma como se confrontam as forças políticas no Brasil, somada à multiplicação de diálogos improdutivos, isto é, que perdem objetividade por misturarem uma quantidade enorme de outros assuntos, criando uma "intertextualidade" inadequada. No fim, isto acaba sempre paralisando e limitando o próprio país.

A civilização começou exatamente pela mesma obra, esta é a história da humanidade. O Estado nasceu da organização de grandes obras de irrigação na Mesopotâmia e no Egito. E estamos de volta ao mesmo ponto, milhares de anos mais tarde. Esta não é uma obra impossível, o sertão nordestino precisa urgentemente de políticas públicas, para não se tornar foco de desertificação em alguns anos, mas, a condução desse tema é bem mais trabalhosa do que a forma feita até agora.

Não é assunto para um governo, é um programa para se concluir em 10, 15, 20 anos, daí não haver o menor sentido de divisão política. Esta não pode ser a realização de um único governo, nem de uma única corrente política. A obra completa simplesmente não será realizada, se não houver o compromisso e a disposição de todos os partidos políticos e lideranças regionais. A "obra", então, não é simplesmente a construção do canal. Como prevê o Atlas Nordeste, é preciso construir múltiplas alternativas, e há outros fatores a serem considerados, além do aproveitamento sumário das condições prévias e da simples transposição. E há de se pensar nos impactos sociais e econômicos desse projeto. Este é um projeto que não pode dividir o Brasil, mas unir. O São Francisco não é o rio da Integração Nacional?

Este parece o roteiro de uma história épica da identidade brasileira, como se Homero estivesse escrevendo a própria Ilíada, e os brasileiros precisam ter plena consciência disso.

post 15.01, coment. 2 - Nassif

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Viagem de Lula ausente nos blogs

MAS A FEBRE AMARELA NÃO

revisado em 15.01

O Blog do Noblat foi um dos únicos a postarem artigos sobre a viagem de Lula à Guatemala e a Cuba. Isto também é relevante, em certos casos. Não só os temas de que se fala, mas também aqueles sobre o qual se silencia, ou seja, sua expressão deveria ser maior do que a constatada.

Qual seria o motivo disso? A viagem é desinteressante? Tem valor secundário nestes dias? Há outras pautas prioritárias? O presidente da República não está em foco? O perfil desse noticiário não se encaixou nos blogs? Ou as pequenas referências apontam tensão entre Lula e a imprensa?

Enquanto isso, continua o "surto" de febre amarela, nas manchetes. Vamos ver até onde vai esse assunto de saúde no noticiário político. Não seria uma aposta um tanto exagerada a deste tema? Se não houver agravamento dos casos e fatalidades, a imprensa será mais uma vez questionada, pois, neste caso, mesmo os críticos do governo desejariam que fatos mais relevantes e consistentes viessem à tona.


post de 14.01, coment. 1 - Noblat

Reinaldo e a Polêmica "Light"

VESTIBULAR E IDEOLOGIA

Evitando as altas temperaturas destes tempos, podemos trazer para este blog umas lasquinhas de vulcão. Reinaldo Azevedo é um mestre da polêmica, além de não temê-la e gostar dela. Paro por aí, estou focalizando a "região central" dos debates, passíveis de serem mediadas produtivamente.

A questão de História da UFRGS, propondo ser a doutrina neoliberal a política econômica dos países ricos, especificamente destinada a manter na periferia do sistema capitalista os grandes grupos de países pobres ou emergentes, é uma questão ideológica, de disputa direta entre a esquerda e a direita? E a ALCA, mesma batida, seria um projeto cujo objetivo é o de inibir a autonomia e a integração dos países latino-americanos? E mais, esta questão em uma prova seletiva para a universidade pública federal denotaria um esquerdismo impróprio? E seria esta uma orientação predominante nesses vestibulares?

Uma resposta adequada exigiria extensas laudas, mas é um ponto de fricção das polêmicas atuais. Seria adequado cobrar uma visão crítica sobre os conflitos de interesse Mercosul-ALCA? E atribuir ao neoliberalismo a função de agente neocolonizador principal? E isto valeria como resposta objetiva na seleção para a universidade pública federal? E isto poderia ser feito da forma como foi feito na prova? É uma questão mais técnica ou mais ideológica?

Um cidadão brasileiro poderia ser neoliberal e ao mesmo tempo não desejar que o Brasil permaneça na periferia latino-americana, sob o domínio americano, com conhecimento de causa (o achismo não vale na prova) ? O neoliberalismo leva obrigatoriamente à hegemonia americana? Ou seria mais um confronto entre o capital e o trabalho, no mundo globalizado? (quase escrevi blogalizado)

De fato há um conflito hegemônico envolvido nas duas partes da questão, mas seria, talvez, uma polêmica acima da formação do nível médio, somente solucionável por uma simplificação, e esta seria justamente a aceitação do estigma ideológico, isto é, tudo que vem dos americanos é hegemônico, e tudo que concerne ao neoliberalismo também. Mas esta generalização seria uma falha técnica, contudo, dizer que essas pressões do Norte não existem, seria ingênuo. Mas talvez tudo precise ser um pouco relativizado. Neste caso, a questão é imprecisa e Reinaldo tem um trunfo na sua argumentação. Se ela pode apresentar dúvida ou ambiguidade nas respostas, então não deveria ser aplicada ao exame.

As ponderações feitas pelos professores respaldam apenas o consenso de que o gabarito retrata um processo histórico inegável - "realista", porém, estão desconsiderando o erro acadêmico, que é o de estabelecer um nexo obrigatório e indissolúvel entre as assertivas e as conclusões. E, neste caso, há sim uma pequena faísca de doutrinação ideológica, não se pode dizer que decisiva. Poderia gerar até um pedido de anulação, na minha humilde opinião.

Que abacaxi! Mas é o fino da polêmica.

post de 14.01, coment. 2 - R Azevedo

Mino examina a religiosidade

O BRASIL É MESMO O PAÍS MAIS CATÓLICO DO MUNDO?

Mino Carta põe em cheque a imagem do Papa, ao discutir um texto do intelectual Ratzinger sobre a solidão e o Inferno, em um post, e fazer uma pequena afirmação no mínimo perturbadora, em outro: "Ratzinger fala sobre o Inferno" e "O olhar algo demoníaco deste Bento", respectivamente. No geral, há um questionamento da própria instituição católica, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, seu nome completo.

Mas como discutir uma instituição de história bi-milenar num blog? Apenas de modo conceitual, através dos aspectos pontuais que se apresentam. Qual seria esse direito divino da Igreja? O que há de realmente medieval? Por que seria a instituição católica a única representante legítima de Deus na Terra? Que espécie de autoridade real é essa de que se unge o Papa? E a Religião, é o ópio do povo? É forma de dominação ou de fato expressa a fé de modo sagrado? É a fé uma força divina e universal? Toda essa discussão aflora facilmente nos comentários feitos no blog.

O moderador do blog leu com interesse o desfile de comentários de toda sorte que se fizeram, mostrando a riqueza de concepções e de filiações a esta ou aquela doutrina religiosa, e isto rendeu mais um tópico a se discutir. Como seria possível pregar a unanimidade de uma religião, neste mundo tão sincrético? O próprio "olhar demoníaco" citado por Mino deve ser entendido como um "traço secular", próprio da complexa secularidade que vivemos. Um olhar de perspicácia e atenção para com o mundo das coisas. Mas Mino, será que Deus, neste mundo, também não nos olharia às vezes dessa mesma forma? Amorosamente, claro, e sem sarcasmo.

Outra vez, as respostas são muito mais complicadas do que parecem, todavia, neste mundo que balança entre Dante e Colombo, não se deve deixar de observar as estrelas.


Post de 11.01, coment. 1, Mino

domingo, 13 de janeiro de 2008

O falso pessimismo dos mais tarimbados

JORNALISTAS EXPERIENTES VATICINAM O ANO NOVO

Alguns artigos do Observatório da Imprensa parecem expressar um certo desalento neste início de 2008, diante das perspectivas para a mídia este ano, mas o exame de seus textos denota na verdade uma inversão desses sentidos iniciais, do que seria um jornalismo questionável. Na opinião de Luiz Weis, Nelson Hoineff e Alberto Dines, em 2008 deve ocorrer um confronto definitivo entre o trabalho de qualidade e a decadência que temos assistido nos últimos anos, no Brasil. Isto não se afirma categoricamente, mas se depreende da análise que fazem.

Sobre os novos tempos para a televisão, considerando-se a migração das novas gerações em peso para a Internet, sobre os jornais, a resistência dos leitores às linhas editoriais sustentadas ultimamente nas redações, o que se percebe, afinal, é que se avizinham tempos muito difíceis para os veículos e canais que insistirem em projetos de baixa qualidade ou com pequeno grau de interação entre os veículos e o público.

Esses jornalistas ficaram chateados por não constatarem grande disposição para a mudança de atitudes na mídia, mas ao mesmo tempo não vêem qualquer alternativa de sobrevivência para os atuais órgãos de comunicação de massa, que não seja a recuperação de seu prestígio, pela busca da qualidade. Falou a voz da experiência.

Ciro Gomes conversa com José Dirceu

UM ESTILO MUITO PRÓPRIO E RESPONSÁVEL

O blog do Dirceu, que agora virou "site", está no meio caminho entre blogs e sites, o que tem sido comum, esta forma híbrida, desde que a linguagem dos blogs se expandiu, na Internet. Há outro exemplo parecido, como o do Azenha. Mas todos, de alguma forma, estão sob a influência da blogosfera.

Na página de José Dirceu há uma entrevista a se prestar atenção, com Ciro Gomes, que tem como característica uma enorme lucidez discursiva. Nesta fase muito confusa para as esquerdas, nada como ler um texto coerente e compromissado com os "antigos" programas partidários. Pouquíssima gente no Brasil tem demonstrado alguma habilidade de renovação dos discursos, das propostas ou das ações, sem se deixar levar por nenhum dos lados da radicalização política, mas também sem se omitir ou suavizar a contundência de seu próprio discurso. Ciro Gomes é uma das lideranças que se manteve "multilateral" em tempos de unilateralismo, e fez isso sem omitir suas críticas ou vacilar entre qualquer um dos pólos. Está provado que ele é de fato um líder com posicionamento forte e consciente. Bom para o Brasil. Que outros se mostrem assim.


21.12.07

Josias comenta os pontos sensíveis

A QUESTÃO FISCAL E O ACESSO À MIDIA, SEGUNDO A POLÍTICA

O Blog do Josias discute dois temas básicos de cidadania, a fiscalização da Receita sobre movimentações financeiras, pós-CPMF, e a TV Brasil, a TV pública brasileira, criada sob inspiração de uma estação multimídia de qualidade, assemelhada à BBC.

Nos dois casos o que chama a atenção é a polarização dos temas, via filtros políticos atuais, a saber, governo ou oposição, no plano federal, o foco deslocado para a sucessão. Política, política e mais política, mesmo onde não deveria estar tanta política, nem tantos políticos.

A CPMF e a TV Brasil viraram marcadores de um comportamento político brasileiro que se pode avaliar por uma espécie de "atitude básica". A atitude básica do político brasileiro hoje é: ser pragmático ou ser programático. O pragmático está se organizando em torno de nomes de candidaturas; o programático parece espécie em extinção, no momento, e estaria mais preocupado com as ações políticas necessárias.

O que importa mais: nomes ou ações? Essa pergunta não é tão simples de responder quanto parece. A única forma de saber o que fazer, e de saber o que escolher, quando chegar a hora, é acompanhar temas básicos como esses, a fim de pesar seus efeitos na vida de cada um, na vida da coletividade e seus impactos sobre o país.


posts de 13.01

A Cultura como projeto para o Brasil

O BLOG DE LUÍS NASSIF ABRE AMPLOS ESPAÇOS CULTURAIS

Espaço pioneiro, mais amplo e mais profundo da blogosfera nacional, o Blog do Nassif conseguiu aliar à discussão cotidiana dos blogs um projeto de país - O Projeto Brasil -, integrando-os a uma base comum de debates, eventos e projetos de primeiríssima linha, essenciais ao futuro brasileiro, que se viu, nos últimos anos, quase sem novas alternativas e proposições.

Não nos esqueçamos que desde a Independência brasileira, já no Brasil Império as atividades culturais foram fundamentais para a consolidação do novo país. Foi na literatura e nos ensaios que a incipiente cidadania encontrou força e viabilidade para deitar raízes. A importância da língua portuguesa para a unidade do extenso território foi de primeira magnitude. O Brasil é um país que em larga medida de seus aspectos positivos, nasceu dos textos e dos bons autores. Obviamente essa contribuição se amplia para toda a produção artística e intelectual que nesta terra se fez ou sobre esta terra se produziu.

Muitos já se esqueceram disso, e este é um conhecimento que quase se perdeu, a não ser pelos aspectos pitorescos mais superficiais, constantemente veiculados pela mídia, o fato porém é que jamais se conseguiria levar adiante um projeto estratégico para o país sem recuperar e fortalecer as identidades nacionais, sua memória e suas formas culturais. Seria puro abstracionismo e pretensão racionalista achar que se pode lançar as bases do futuro sem cuidar dos alicerces e das raízes nacionais, ainda que isto seja feito ou traduzido em linguagens contemporâneas.

Luís Nassif vem fazendo um trabalho muito sério de resgate cultural em seu blog, e todo esse caldo cultural brota espontaneamente das atividades do Projeto Brasil e da qualidade dos comentários de seu blog. Consultem posts como os de 13.01 sobre "As maravilhas de Thomas Enders", e chamadas musicais como "As deusas do piano".

 RECADOS     

PARA OS AMIGOS, ANJOS DA GUARDA E LEITORES DO BLOG: 

21/10/08, 18:18 - AINDA PREPARANDO O CAPÍTULO 3 DE HISTÓRIA DA FALA

                        - RELENDO  Bakhtin, e as "NOVAS CONFERÊNCIAS INTRODUTÓRIAS", de Sigmund Freud

                        - PRIMEIRO ARTIGO DA SÉRIE SOBRE SEXUALIDADE FOI PUBLICADO !

                        - PREPARANDO 2º ARTIGO SOBRE SEXUALIDADE: 

A ESTÉTICA DA NOVA PORNOGRAFIA (texto não restritivo) - A questão estética da pornografia é uma "não-estética", uma anti-estética, mas há um projeto para isso, e uma função ideológica implícita, quer dizer, romper com a estética faz parte de um conjunto complexo de relações sociais.