Dias atrás escrevi um post sobre um brilhante cientista brasileiro. Ontem a página-blog do Azenha contou uma história parecida, de outro pesquisador brasileiro de sucesso, no exterior. Nos “States”. Saiu no New York Times e na Scientific American. Da Carolina do Norte, estado yankee, fez um “espécime” mover um braço mecânico no Japão, decodificando seus impulsos cerebrais. Agora vai implantar um programa de educação científica em escolas públicas brasileiras, começando pelo Nordeste. Diz que a imprensa brasileira “deixou de sonhar”.
Discordo dele com carinho, não é só a imprensa. A maioria dos políticos, dos empresários, dos chefes de família, das instituições, dos indivíduos na multidão, até dos artistas, parou de sonhar, em terras brasileiras. Agora somos todos “pragmáticos”, pés no chão, pés de ferro, de barro, sem sapatos, mas todos imobilizados, sem brisa, sem horizonte, sem estrelas. Que libertem os lunáticos, por favor, que esses joguinhos rasos vão petrificar a todos. O Brasil está se fossilizando.
Há sonhos e sonhos, sonhadores e sonhadores, fugas e realizações. Não sonhar também é uma fuga, do paraíso para o inferno, e não para a realidade. Repito Chico Buarque: distribuam calmantes, excitantes, inebriantes, por favor. É um caso urgente de saúde pública, muito pior que a febre de qualquer cor. O Brasil parou de sonhar! Em breve restará apenas a erosão, a desertificação, a aridez, a aspereza, a secura, depois ficaremos estampados nas pedras, seremos marcas rupestres, felizes e satisfeitas, jogando paus e pedras, corações de rocha cristalina, registros da história triste. O grande país que se recusou a sonhar.
Pequenas Crônicas 2
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