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sábado, 4 de outubro de 2008

Sobre as eleições de 2008 - "Brasil and EUA"

O resultado das eleições municipais brasileiras poderá surpreender, apesar do intenso acompanhamento sistemático que tem marcado a ação política do séc. 21 no Brasil. Mas não surpreende de modo geral, apenas em alguns aspectos apontando as novas tendências de nossa sociedade para as próximas décadas, e aqui se faz um pequeno esboço desse perfil da nova política brasileira.


Seria possível separar as eleições municipais brasileiras da crise americana, e do embate entre Obama e McCain? Obviamente que não, entretanto, não é fácil encontrar os vetores de influência das eleições do Norte nas do Sul.

Aliás, o contexto não é bem o ano eleitoral dos EUA, mas um evento muito maior. Este é de fato o "final dos tempos", o fim do mundo como o conhecemos na sociedade industrial, mas é muito provável que a vida na Terra não acabe no séc.21, embora vá se transformar completamente. Estamos no momento de dar um pequeno salto sobre o abismo que se forma entre o passado e o futuro, mas não se pode demorar muito, pois as placas continentais se afastam, em meio aos terremotos.

Todos os projetos políticos brasileiros levavam em conta a plataforma cultural e política dos EUA. Não foram poucos os avisos de que essa base afundava, e agora, subitamente, o Brasil se vê num tipo diferente de crise, a de ter contado com um contexto de solidez americana que não havia mais. E isto se aplica justamente sobre as principais forças políticas brasileiras, de lado a lado.

Os EUA já se encaminham para a "reumanização" pós-neocons, enquanto o Brasil se preparava ardentemente para o "tudo pelo sistema", nos novos tempos de potência emergente.

Os esquemas nas cidades já seguiam essa cartilha de "jogos hegemônicos", da "prioridade estratégica", das "ações justificáveis", em nome do poder, embora duvidosas e nada democráticas. Na verdade, o antigo modelo de "seguir de perto" o "grande irmão do Norte", arrastou o Brasil para a beira de um novo obscurantismo político, de compromissos reduzidos e esquivos com as bases de partidos e representantes, criando um enorme estranhamento e distanciamento entre a política, os governos e a população, no que diz respeito à participação política. O momento que se desenhava era o da "construção do hegemônico", e nisso a cidadania ficaria para trás, e aqueles cidadãos comuns com visão crítica e mais destacados no debate político das cidades, estados e país, passaram a ser muito mal vistos, quando não passaram a ser constantemente interpelados pelas ações de poder. Era o Brasil dando um primeiro passo inédito e fantástico, na direção da projeção mundial, mas ensaiando um segundo passo novamente equivocado e falseado, que o conduzia a algum tipo de desastre político-cultural-econômico, daqui a algum tempo. Ou seja, a dinâmica política brasileira mais uma vez não se realizava de modo efetivo, totalmente sustentável, mas começava a ficar outra vez no meio do caminho, nesse "segundo passo à frente".

Agora não, a crise americana precipitou tudo, mas, EIS A QUESTÃO: nas eleições brasileiras esses pontos mal atados JÁ SE COSTURAVAM. A linearidade das estratégias insuficientemente orientadas já tinha plantado problemas e limitações para esses esquemas. E de que modo isso pode ser perceptível? Também não sei exatamente, mas noto algo que pode ser uma pista. Há, em vários municípios do interior e nas capitais, a EMERGÊNCIA DE UMA TERCEIRA FORÇA, que se desprende e se afasta do que estava antes "combinado". E esta seria a nova "força viva" da política brasileira, a nova força de representação. Coloco nessa categoria dois candidatos em São Paulo e em São Carlos, pleitos que acompanho mais atentamente. Apesar de serem "conservadores" e de "direita", de estarem inicialmente ligados a grandes forças e projetos políticos ou econômicos. Mas há algo inegavelmente novo na presença deles com grande força, não sei se vitoriosa. Quer dizer, o fato de ser de direita ou de esquerda já não importa muito, e ESTE É O OUTRO DADO NOVO E IMPORTANTE. Nem o de ter um rótulo de "conservador" ou "progressiSta". O que vale, cada vez mais, é o jogo, o campo, o que o ator político faz de fato em suas ações. E leva a melhor quem jogar melhor, tudo muito simples no fim das complicadas contas. ESTA PARECE SER A NOVA TENDÊNCIA. Em vez da "realpolitik", a efetiva disputa política, para saber quem consegue desenvolver mais e melhor as habilidades e talentos da sociedade e seus indivíduos. Há uma brisa renovadora no ar, ufa!

Vejamos que força teriam essas novas tendências, confrontando os projetos já estabelecidos e desenvolvidos, no próximo domingo.



Política Brasileira 5

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